Presidente do BC diz que pacote fiscal ajusta benefícios sem retirar direitos
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, defendeu hoje (24) o ajuste fiscal promovido pelo governo. Para ele, o pacote, que será analisado pelo Congresso Nacional, "ajusta os instrumentos sem retirar direitos”. O Poder Executivo enviou ao Congresso medidas provisórias que alteram regras para benefícios como seguro-desemprego, seguro-defeso dos pescadores artesanais, auxílio-doença e pensão por morte.
“Quanto mais tempestiva a implementação [do ajuste fiscal], mais rápido começaremos a ver os resultados”, disse Tombini, ao participar de audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, onde respondeu a perguntas de parlamentares.
Ele comentou a instalação, nesta terça-feira, de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar se correntistas brasileiros do HSBC cometeram crime de evasão fiscal. Para Tombini, o caso envolve “eventos localizados” e não terá repercussões sobre o sistema financeiro nacional. “Tem a ver com jurisdições que nós, do banco, não alcançamos. [Mas] estamos acompanhando o trabalho [de investigação].”
Segundo Tombini, o BC colaborará com qualquer iniciativa de investigação, mas o órgão central de inteligência, nesses casos, é o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), vinculado ao Ministério da Fazenda. De acordo com o presidente do BC, a autoridade monetária atua em conjunto com o Coaf, a Receita Federal e a Polícia Federal na prevenção à lavagem de dinheiro.
Alexandre Tombini reafirmou aos senadores que a autoridade monetária mantém sua autonomia. “O BC não consegue operar um dia se não tiver autonomia operacional”, disse. Mais cedo, ele havia rebatido declarações do líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO). O senador afirmou que a autoridade monetária só subiu os juros após as eleições de 2014 e Tombini respondeu que a alta de juros era uma tendência antes do pleito, e havia sido indicada em setembro do ano passado.