BR não participará de concorrências por refinarias, diz presidente
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse hoje que a companhia ainda não definiu o modelo de venda da participação da Petrobras na BR Distribuidora. Ainda assim, Castello Branco afirmou que a BR não participará de nenhum processo de compra de refinarias. “Não faz sentido. Seria uma operação como se dizia no passado de Zé com Zé. A Petrobras tem como objetivo vender 100% das refinarias listadas.”
O executivo avaliou ainda os critérios da empresa para decidir a venda da BR. “A grande joia da Petrobras é sua expertise na exploração e na produção de petróleo. Temos ativos de classe mundial, temos capital humano altamente qualificado, temos tecnologia. Isso é expresso nas realizações feitas pela Petrobras nesta área, pelos números. No ano passado, o retorno sobre o capital empregado na área de exploração e produção foi muito superior aos demais setores da companhia”, revelou.
O critério de melhor retorno é o que, segundo ele, levou a companhia a vender os campos terrestres. “Somos dono natural, alguém que consegue extrair a maior retorno possível nas operações de exploração e produção de petróleo em águas profundas e ultraprofundas. Já fomos em águas rasas e em campos terrestres, mas estamos vendendo 70% desses campos para quem pode fazer melhor do que nós e está disposto a pagar um preço maior”, indicou.
Investimentos
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse hoje (8) que o mercado recebeu positivamente o balanço do primeiro trimestre de 2019 porque confia na capacidade da companhia em fazer crescer a produção de petróleo. Para ele, a entrada em operação de sete plataformas nos últimos 11 meses, recorde no setor em termos mundiais, reforçou a confiança na empresa. Além disso, os investidores avaliaram, conforme o presidente, a realocação de recursos feita pela companhia e a redução de custos e de endividamento. “Acredito que essas sejam as motivações do mercado”, apontou durante coletiva na sede da Petrobras, no centro do Rio.
Segundo ele, a diretoria espera entregar o que está previsto no planejamento da empresa. Castello Branco reconheceu, no entanto, que a realização dos investimentos no primeiro trimestre de 2019 não correspondeu à previsão inicial. Para o ano, o valor aproximado é de US$ 16 bilhões e passados três meses ficou em US$ 2 bilhões.
“Acho que pode ter algo de errado com este número. Ou superestimamos ou houve algum problema de realização dos investimentos, então, a diretoria vai analisar e se for preciso vamos corrigir o número. Não queremos prometer uma coisa e não entregar. Estamos muito confiantes em entregar o prometido e mudar a história passada”, destacou o presidente.
De acordo com ele, o foco da companhia é buscar as áreas de melhor desempenho e empregar os recursos no que for necessário para garantir os resultados de crescimento. “Nós queremos que a Petrobras seja mais forte, mais saudável. Tem pessoas que divulgam a impressão de que a Petrobras vai ficar menor e de que estão fazendo um desmonte da Petrobras. Isso é um chavão. Não, a Petrobras está fazendo a gestão de portfólio. Estamos desinvestindo de ativos que não achamos tão interessante e estamos investindo em ativos que achamos muito interessantes. Temos um programa para investir, no mínimo, US$ 84 bilhões de dólares ao longo dos próximos cinco anos. Não vamos desinvestir US$ 84 bilhões de dólares. Significa que a companhia vai crescer, vai se tornar maior em bases mais fortes e mais saudáveis”, apontou.
Resultado
Nos três primeiros meses de 2019, a Petrobras registrou lucro líquido contábil de R$ 4 bilhões. O resultado, segundo a companhia, superou em 92% o resultado do trimestre anterior. O EBITDA [lucro antes de juros, impostos, depreciação de ativos e amortização] ajustado de R$ 27,5 bilhões apresentou queda de 6% em comparação ao quarto trimestre de 2018, mas o fluxo de caixa livre de R$ 12,1 bilhões foi positivo pelo décimo sexto trimestre consecutivo.
Apesar da queda na produção, a diretora de Finanças e Relacionamento com Investidores Andrea Marques de Almeida, destaca que a empresa teve um trimestre foi positivo. “A gente vem continuamente apresentando um fluxo de caixa positivo na empresa e é por isso que a gente conta com a nossa meta de redução da alavancagem [endividamento]”, disse.
Preços
Castello Branco disse que a política de preços da companhia está clara e foi anunciada publicamente. O presidente negou qualquer tipo de intervenção nesta área. “A Petrobras segue o seu caminho, até porque subsidiar combustíveis já se revelou extremamente danoso não só para a Petrobras como para o Brasil” disse o presidente.
Produção
O diretor executivo de Exploração e Produção, Carlos Alberto Pereira de Oliveira, disse que com a entrada em funcionamento de sete plataformas nos últimos 11meses é possível notar o crescimento da produção. No primeiro trimestre de 2019 a empresa registrou 2,5 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), em abril passou para 2,6 milhões boed e em maio já está em 2,7 milhões boed. “Isso é importante, Temos uma meta de produção para cumprir. Este ano vamos entregar em 2,8 milhões de barris de óleo equivalente por dia. Estamos mantendo esta meta com base nessa perspectiva do crescimento da produção que estamos começando a realizar”, contou.
Castello Branco adiantou que a divulgação da produção de petróleo e gás não será mais feita mensalmente. A companhia vai esperar o fechamento do trimestre para tornar público os números. “Ela será feita em bases trimestrais e não mais mensalmente, primeiro porque dados mensais costumam apresentar grande volatilidade e depois porque é um padrão global. Não queremos ser diferentes”, pontuou.