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Mais de 10 mil pessoas foram presas por contrabando no país em cinco anos

Ivan Richard - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 28/05/2015 - 13:26
Brasília
Receita Federal destrói 3.200 toneladas de produtos contrabandeados em todo o país, como parte do 14º Mutirão Nacional de Destruição, para marcar o Dia Nacional de Combate à Pirataria (Divulgação Receita Federal)
© Divulgação Receita Federal

Balanço divulgado hoje (28) pelo Ministério da Justiça mostra que, entre 2010 e 2015, as ações contra o contrabando e descaminho (crime contra a ordem tributária) prenderam, em operações como a Sentinela e a Ágata, mais de 10,3 mil pessoas e 711 termos circunstanciados foram registrados. No mesmo período, foram apreendidos 10,38 milhões de pacotes de cigarro, 748 mil produtos farmacêuticos e medicamentos, 1.477 armas de fogo, ao menos 168 mil munições e 6,6 mil veículos foram recuperados.

Os dados mostram que o número de inquéritos instaurados para investigar a prática de contrabando e descaminho cresceu mais de quatro vezes entre 2010 e 2014, passando de 1.109 para 4.692, respectivamente. O levantamento mostra que entre 2011 e 2015 foram promovidas pela Polícia Federal 69 operações para coibir esses crimes, resultando na prisão de 597 pessoas.

 A Diretora Geral da Polícia Rodoviária Federal, Maria Alice, Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e o Diretor Executivo da Polícia Federl, Rogério, durante entrevista sobre contrabando (Elza Fiúza / Agência Brasil)

Combate ao contrabando apreendeu mais de 442 mil produtos eletrônicos, disse José Eduardo CardozoElza Fiúza / Agência Brasil

Apesar do crescimento expressivo das ações de combate aos crimes na última década, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reconheceu que o Brasil precisa aperfeiçoar os instrumentos e as ações de segurança para impedir que produtos entrem de forma ilegal no país.

“Temos intensificado as ações por meio do Plano de Fronteira. Mas temos absoluta clareza de que é necessário aperfeiçoar o que estamos fazendo. Se olharmos os números relativamente ao que tem sido feito vemos que os resultados são impactantes e impressionantes”, disse Cardozo.

Policiais da 4 DP deflagram a Operação Saara Malo, que tem como objetivo reprimir a receptação de celulares roubados no Rio (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Entre as apreensões feitas nas operações de fronteira estavam máquinas fotográficas e aparelhos celulares, por exemploTânia Rêgo/Agência Brasil

O combate ao contrabando também conseguiu apreender mais de 442 mil produtos eletrônicos, entre máquinas fotográficas, celulares e similares.

O ministro lembrou que o país tem 16 mil quilômetros de fronteiras terrestres e mais de 8 mil quilômetros de fronteira marítima. Acrescentou que para conseguir fiscalizar toda essa área é preciso ainda mais coordenação entre as forças de segurança e também estabelecer um diálogo maior com os países vizinhos.

Nos últimos meses, segundo Cardozo, tem ocorrido reuniões com as polícias Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério da Defesa e da Receita Federal para aperfeiçoar o Plano de Fronteira.

“Isso vai na linha de que forma podemos aumentar a fiscalização. Com a vastidão de fronteiras que temos no Brasil só se enfrenta o problema do contrabando com trabalho de inteligência. Para isso, já compramos no ano passado cinco escâneres veiculares completos para a PRF e vamos comprar mais, este ano, para, inclusive, fazer doações para os estados de fronteira”, disse o ministro.

De acordo com Cardozo, além dos aparelhos que permitem fazer um “raio-X” de veículos, estão sendo comprados veículos aéreos não tripulados, conhecidos como vants, para ampliar a capacidade de fiscalização das forças de segurança que atuam nas fronteiras.