Cúpula na Costa Rica discute combate à pobreza na América Latina e Caribe
O combate à pobreza, em uma região que ainda é considerada a mais desigual do mundo, é o tema central da terceira cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), que começou nesta quarta-feira (28) em San José, capital da Costa Rica. Em entrevista, o chanceler do Equador, Ricardo Patiño, citou as últimas estatísticas da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal): apesar dos avanços, na ultima década, para incluir enormes esforços de melhoria da situação, 11,5% da população da região ainda vivem na pobreza extrema.
“Nossa região é a mais desigual do planeta: 167 milhões de pessoas ainda vivem na pobreza”, disse o presidente de Cuba, Raúl Castro, ao lembrar que as principais vítimas são os mais jovens. “Dois terços das novas gerações não chegam às universidades e acabam sendo vítimas do crime organizado e da violência”, afirmou Castro.
Existe um consenso entre os 33 países da Celac de que essa situação não pode continuar, mas, segundo Patiño, não bastam discursos para resolver o problema.
Falando em nome do Equador, que amanhã (29) assumirá a presidência pro tempore (temporária) do bloco regional, Patiño propôs estabelecer “metas concretas, que possam ser medidas e controladas”. Como exemplo, citou a pobreza. Segundo ele, os países-membros da Celac poderiam assumir o compromisso de reduzir a percentual de pessoas que vivem na pobreza de 11,5% a, no mínimo, 8% em cinco anos.
A China – que no início do mês prometeu investir US$ 250 millhões na próxima década – foi citada como possível fonte de financiamento de programas de combate à pobreza.