França e Alemanha resistem a plano da Otan contra Estado Islâmico
A França e a Alemanha estão resistindo a um plano dos Estados Unidos para que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) desempenhe um papel maior na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque. As informações são da agência Reuters.
Muitos membros da Otan acreditam que o plano será anunciado em Bruxelas na próxima quinta-feira (25), quando Trump participa de sua primeira cúpula da organização, disseram aliados. Entre as preocupações estão a que a Otan se veja presa em mais uma mobilização militar custosa, como a do Afeganistão, que irrite alguns países árabes ou arrisque um confronto com a Rússia na Síria.
"Eles não estão engolindo essa", disse um diplomata europeu veterano na Otan, segundo o qual outras nações, incluindo Grécia e Itália, também estão receosas com a proposta. "Eles querem saber que diferença faria. Todos os 28 aliados da aliança já são parte deste esforço", disse o diplomata, se referindo à coalizão de 68 nações liderada pelos EUA que combate o EI e que inclui todos os membros da Otan.
Em aberto
Autoridades francesas e alemãs não quiseram comentar, mas a chanceler alemã, Angela Merkel, deixou em aberto a possibilidade da Otan como instituição se juntar à coalizão, quando se reuniu com o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, na semana passada. Ambos descartaram qualquer função de combate para a Otan na Síria e no Iraque.
O novo presidente francês, Emmanuel Macron, deverá ter um almoço com Trump antes da reunião de Bruxelas na próxima quinta-feira (24), quando possivelmente discutirão o tema.
Embora o Estado Islâmico esteja prestes a ser derrotado em seu reduto iraquiano de Mosul e se preparando para um ataque contra sua capital síria em Raqqa, autoridades dos EUA temem que a fuga dos militantes crie um vácuo que poderia levar combatentes tribais árabes a se voltar uns contra os outros para ganhar controle.
Autoridades norte-americanas dizem que a Otan como instituição poderia contribuir com equipamentos, treinamento e o conhecimento que acumulou liderando uma coalizão contra a Al Qaeda e o Taliban no Afeganistão. Os chefes militares da Otan são a favor da medida, segundo o general Petr Pavel, presidente do conselho do comitê militar da aliança.
Diplomatas disseram que isso poderia significar que a Otan usaria seus aviões de vigilância sobre a Síria, realizaria operações de comando e controle e forneceria reabastecimento aéreo.