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Internacional

Maduro eleva salário mínimo em 30% e dará bônus natalino a 4 milhões de lares

Com o reajuste, o salário passa de $ 136.544 bolívares para $ 177.507
Da EFE*
Publicado em 02/11/2017 - 10:50
Caracas
Nicolás Maduro
© EPA/Miguel Gutierrez/Agência Lusa
Nicolás Maduro

Nicolás Maduro anunciou o quinto aumento do salário mínimo na Venezuela em 2017EPA/Miguel Gutierrez/Agência Lusa

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quarta-feira (1°) um aumento de 30% do salário mínimo no país e também um bônus natalino para 4 milhões de famílias. A informação é da EFE.

"Anuncio um aumento de 30% do salário mínimo nacional e das aposentadorias dos venezuelanos e venezuelanas", afirmou Maduro em um discurso transmitido em rede nacional de rádio e televisão.

Com o reajuste, o quinto realizado por Maduro neste ano, o salário passa de $ 136.544 bolívares para $ 177.507 bolívares, o equivalente da R$ 55 na taxa oficial de câmbio.

Maduro anunciou também um aumento no chamado bônus de alimentação, que agora é de $ 279 mil bolívares, cerca de R$ 87.

O presidente já tinha elevado o salário mínimo em 40% no início de setembro. Com esse aumento, o governo do país reajustou o valor em 39 vezes desde o início da chamada revolução bolivariana.

Além disso, Maduro também anunciou no discurso que 4 milhões de famílias venezuelanas ganharão um bônus natalino de 500 mil bolívares, cerca de R$ 156.

"Aprovei os recursos para entregar um bônus natalino especial para 4 milhões de famílias. São 500.000 bolívares de um bônus através da carteira da pátria", explicou.

Carteira da Pátria

A carteira da pátria é um cadastro digitalizado utilizado pelo governo para distribuir comida a preços subsidiados e outros auxílios sociais. A oposição e outros críticos ao chavismo, como a ex-procuradora-geral Luisa Ortega Díaz, acusam Maduro de utilizar o registro para comprar votos.

O presidente também vai distribuir um Clap, uma cesta básica subsidiada, na época do Natal, com todos os ingredientes para fazer a "hallaca", prato típico da festa na Venezuela.

"O que faltar, com esse aumento salarial, as pessoas sairão e comprarão o complemento na rua. Se nos atacam por um lado, nos defendemos pelo outro, mas o povo vai passar seu Natal feliz", afirmou Maduro no discurso.

O Clap especial natalino, segundo o presidente, será distribuído para 12 milhões de pessoas. A oposição afirma que essa medida tem sido utilizada pelo chavismo para obter vantagem eleitoral, já visando as eleições municipais de dezembro.

A Venezuela tem atualmente a inflação mais alta do mundo e passa por uma grave escassez de alimentos, remédios e outros produtos de necessidade básica.

Falta de alimentos obriga venezuelanos a rever rotina alimentar

Além da escassez de cédulas, a Venezuela enfrenta também falta de alimentos e produtos em geral nos supermercados Leandra Felipe/Agência Brasil

Cédula

Outra medida anunciada hoje pelo presidente é a introdução da cédula de $ 100.000 bolívares, que entra em circulação amanhã.

"A nova cédula é para fortalecer a política de proteção, de seguridade social dos trabalhadores e da família venezuelana, argumentou Maduro.

A Venezuela também enfrenta uma escassez de dinheiro em espécie. O governo diz haver um contrabando de cédulas para a Colômbia.

Por esse motivo, Maduro ordenou que o ministro de Interior e Justiça, Néstor Reverol, monte um esquema de "grande vigilância" na distribuição da nova cédula hoje (2).

Outro motivo para a adoção da nota de $100.000 bolívares é a galopante inflação. O Banco Central da Venezuela não divulga dados oficiais desde 2015, mas a Assembleia Nacional, controlada pela oposição, diz que o índice é de 563,2% apenas em 2017.

A escassez de cédulas gera, diariamente, grandes filas nos bancos. No discurso de hoje, Maduro sugeriu que a solução para o problema é realizar 95% das transações de forma eletrônica, incluindo a compra de passagens de ônibus e de metrô.

"A utilização do dinheiro físico já está sendo substituída no mundo inteiro. Acredito que essa seja a solução, porque essas pessoas vão continuar com a guerra das moedas", afirmou.

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