O Museu da Imigração em São Paulo foi uma hospedaria para imigrantes entre os séculos XIX e XX. Italianos, alemães e japoneses que chegavam ao Brasil na esperança de um futuro melhor, encontravam no jardim uma figueira sob a qual descansar.
Depois de acompanhar histórias e sonhos de mais de 2,5 milhões de pessoas na hospedaria em 91 anos e encantar visitantes do Museu da Imigração por mais 27 anos, a figueira encerrou o seu ciclo de vida no final do ano passado.
O tronco que restou se tornou um banco onde ouvir reflexões sobre imigração e memória. Uma variedade de cores entre a azul, verde e bronze veio da cinzas dos troncos da figueira, queimados a 1300ºC. Uma técnica japonesa usada pela ceramista Hideko Honma. Os pigmentos colorem treze garrafas de cerâmica feitas por ela.
Ao ser convidada para trabalhar com a madeira da árvore, Hideko Honma imaginou o que os imigrantes conversavam a sua sombra. Tantas etnias brasileiros também de outros estados que passaram e que passam por aqui ainda. Essa memória essa lembra eu guardei em cada garrafa e elas estão aqui cobertas então com as cinzas dessa figueira centenária.
A exposição "1300º das cinzas, uma árvore" fica em cartaz até o dia 26 de dezembro. Aos sábados, a entrada no Museu da Imigração é gratuita.