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Direitos Humanos

Esqueleto de jovem africana é encontrado no Cemitério dos Pretos Novos, no Rio

Rio de Janeiro
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Tâmara Freire
05/07/2017 - 17:20
Rio de Janeiro

Pela primeira vez, um esqueleto inteiro foi encontrado no antigo Cemitério dos Pretos Novos, que fica na zona portuária do Rio de Janeiro.

 

O local onde hoje funciona o Instituto dos Pretos Novos era usado para depositar os corpos dos africanos que morriam na travessia para o Brasil ou logo depois de aportarem.

 

Os pesquisadores do Instituto já identificaram que os ossos são de uma mulher que morreu com cerca de 20 anos.

 

O que foi uma suspresa, já que apenas 9% dos africanos que vieram para o Brasil eram do sexo feminino.

 

O esqueleto recebeu o nome de Josephina Bakhita,  a primeira santa da África.

 

O arqueólogo Reinaldo Tavares explica que com alguns testes é possível estimar até o nível de sofrimento a que essas pessoas foram submetidas em vida.

 

O Cemitério dos Pretos Novos foi desativado por volta de 1830 e ficou escondido até o ano de 1996, quando a proprietária de uma casa que foi construída sobre ele, Merced Guimarães, e o marido resolveram fazer uma reforma e descobriram alguns restos mortais.

 

Apesar de ser um dos principais pontos históricos relacionados à diáspora africana, o trabalho no Instituto dos Pretos Novos está ameaçado pela falta de verbas. De acordo com Merced, o aporte de R$ 100 mil solicitado à prefeitura foi negado.

 

A prefeitura confirmou que no momento não há orçamento destinado para o instituto, mas que isso será resolvido.

 

Toda a região da zona portuária conhecida como Pequena África pode ganhar reconhecimento internacional nos próximos dias.

 

O Cais do Valongo que foi a principal porta de entrada de africanos escravizados no Brasil tendo recebido mais de 1 milhão de pessoas é candidato a se tornar Patrimônio Mundial da Humanidade.

 

O anúncio deve ser feito pela Unesco ainda esta semana.

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