Esqueleto de jovem africana é encontrado no Cemitério dos Pretos Novos, no Rio
Pela primeira vez, um esqueleto inteiro foi encontrado no antigo Cemitério dos Pretos Novos, que fica na zona portuária do Rio de Janeiro.
O local onde hoje funciona o Instituto dos Pretos Novos era usado para depositar os corpos dos africanos que morriam na travessia para o Brasil ou logo depois de aportarem.
Os pesquisadores do Instituto já identificaram que os ossos são de uma mulher que morreu com cerca de 20 anos.
O que foi uma suspresa, já que apenas 9% dos africanos que vieram para o Brasil eram do sexo feminino.
O esqueleto recebeu o nome de Josephina Bakhita, a primeira santa da África.
O arqueólogo Reinaldo Tavares explica que com alguns testes é possível estimar até o nível de sofrimento a que essas pessoas foram submetidas em vida.
O Cemitério dos Pretos Novos foi desativado por volta de 1830 e ficou escondido até o ano de 1996, quando a proprietária de uma casa que foi construída sobre ele, Merced Guimarães, e o marido resolveram fazer uma reforma e descobriram alguns restos mortais.
Apesar de ser um dos principais pontos históricos relacionados à diáspora africana, o trabalho no Instituto dos Pretos Novos está ameaçado pela falta de verbas. De acordo com Merced, o aporte de R$ 100 mil solicitado à prefeitura foi negado.
A prefeitura confirmou que no momento não há orçamento destinado para o instituto, mas que isso será resolvido.
Toda a região da zona portuária conhecida como Pequena África pode ganhar reconhecimento internacional nos próximos dias.
O Cais do Valongo que foi a principal porta de entrada de africanos escravizados no Brasil tendo recebido mais de 1 milhão de pessoas é candidato a se tornar Patrimônio Mundial da Humanidade.
O anúncio deve ser feito pela Unesco ainda esta semana.