Em Pacaraima, venezuelanos só querem chinelos e roupas limpas no Dia das Crianças
O Dia das Crianças se aproxima e no alojamento BV8 da Operação Acolhida, em Pacaraima, Roraima, na fronteira do Brasil com a Venezuela, o pedido número um dos pequenos não são brinquedos caros, mas chinelos.
O venezuelano Diego Hernandez, 10 anos, explica: quando as crianças não têm roupas limpas, se sentem tristes.
Diego é uma das cerca de 10 mil crianças venezuelanas que chegaram ao país nos últimos anos, de acordo com estimativas do Unicef. O tenente-coronel Barcellos, coordenador da Operação Acolhida em Pacaraima, explica que muitas vezes elas chegam com necessidades básicas a serem supridas.
A Operação Acolhida, comandada pelas Forças Armadas brasileiras, com o apoio das agências da ONU, recebe os imigrantes e encaminha os trâmites legais para os pedidos de residência ou refúgio no país.
Todos os dias, cerca de 500 pessoas cruzam a fronteira. É lá também que o Unicef mantém espaços para atender essas crianças. A professora Sorimar Tremária, explica a importância desse acolhimento.
O Acnur, Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, é uma das organizações que atuam junto ao Exército no apoio aos imigrantes. As crianças são um grupo populacional que necessita de maior atenção, como destaca a chefe de Relações Institucionais do Acnur, Thais Menezes.
Fugindo da dura vida em um abrigo, o Projeto Canarinhos da Amazônia oferece a mais de 100 crianças venezuelanas, de 4 anos a 16 anos, refeições diárias e atividades culturais. Eles formam um coral comandado pela maestrina Miriam Blos.