Um alerta para o crescimento de grupos neonazistas no Brasil foi enviado à Organização das Nações Unidas pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos.
O documento reúne informações de levantamentos feitos por pesquisadores da área, como a falecida antropóloga Adriana Dias, uma das referências no estudo das células nazistas no país. O monitoramento encontrou, no início de 2022, mais de 530 grupos extremistas, espalhados em todas as regiões brasileiras.
A expectativa é que o relatório contribua com as discussões da reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, no meio do ano.
O professor de História Contemporânea da Universidade Federal de Santa Catarina, Adriano Luiz Duarte, explica que o nazismo e o fascismo nunca desapareceram depois da Segunda Guerra Mundial.
As crises econômicas nos últimos 40 anos, mudanças impostas pelo neoliberalismo e a precariedade na proteção social e no trabalho, estimularam os neonazistas.
Para combater o avanço dessa ideologia neonazista, o professor Adriano acredita é preciso retomar o sentido de uma sociedade democrática.
Uma comitiva do Conselho Nacional de Direitos Humanos chegou, nesta quarta-feira (10), a Santa Catarina, para investigar células neonazistas. O estado é um dos que mais gera preocupações em relação ao crescimento do neonazismo no país.