A quantidade de horas que as mulheres gastam com trabalho doméstico a cada semana é de 9,6 horas a mais do que os homens. Em 2019, essa diferença era ainda maior: 10 horas e meia.
Apesar da pequena redução, são as mulheres que mais sentem o peso das tarefas domésticas e do cuidado com outras pessoas. Elas dedicam, em média, mais de 20 horas semanais para isso, enquanto os homens dedicam um pouco mais da metade desse tempo, 11 horas semanais.
É o que revelam os dados da Pnad, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua de 2022, que investiga as formas de trabalho distintas da ocupação remunerada.
De acordo com a pesquisa, a divisão das tarefas relativas ao lar e à família permanece desigual mesmo entre os trabalhadores: em média, as mulheres ocupadas dedicaram seis horas e meia a mais do que os homens ocupados aos afazeres domésticos.
Em 2022, as atividades ligadas à alimentação, limpeza ou manutenção de roupas e sapatos e limpeza ou arrumação do domicílio ainda estavam concentradas nas mulheres. Já nos pequenos reparos ou na manutenção do domicílio, os homens tinham maior percentual de realização que as mulheres.
A pesquisa também aponta que são as mulheres negras que mais sentem o peso dessa desigualdade. Mulheres que se declararam pretas tinham a maior taxa de realização de afazeres domésticos: 92,7%, no período analisado.