O Ministério Público Federal devolveu à Petrobras, nesta segunda-feira, R$ 157 milhões desviados pelo ex-gerente de serviços da estatal, Pedro Barusco. O montante foi recuperado pela Operação Lava Jato por meio de acordos de delação premiada, e era mantido em contas secretas na Suíça.
O valor representa 80% da quantia que Barusco prometeu devolver. Os outros 20% ficarão mantidos em conta judicial, para garantir o pagamento de prejuízos causados a outras pessoas.
O ato simbólico contou com a participação do procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, do procurador da república no Paraná e coordenador da força-tarefa da Lava-Jato, Deltan Dalagnol, e do presidente da Petrobras, Aldemir Bendine.
Dalagnol destacou que apesar dos avanços, há ainda um longo caminho a trilhar. Ele citou a elaboração, pelo Ministério Público, de dez medidas contra a impunidade, entre elas a criminalização do enriquecimento ilícito e do caixa dois, o aumento das penas para corrupção de altos valores e a responsabilização de partidos políticos.
Rodrigo Janot afirmou que o trabalho da força-tarefa do Ministério Público não é somente repressivo.
A operação Lava-Jato revelou o desvio de R$ 6,2 bilhões na Petrobras entre os anos de 2004 e 2012. O presidente da estatal, Aldemir Bendine, afirmou que a empresa é vítima do sistema de corrupção, mas disse que ela está colaborando com as investigações e tomando medidas para assegurar a devolução total do valor desviado.
Segundo o Ministério Público, foram devolvidos, até agora, R$ 570 milhões por meio dos acordos de delação premiada. Outros R$ 500 milhões estão bloqueados pela Justiça.