O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) revisou as projeções sobre os efeitos da estiagem na região banhada pelo Rio São Francisco, descartou a seca do rio e a possível utilização do volume morto. Para o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, o que mais preocupa são os reservatórios de Três Marias, em Minas Gerais, e de Sobradinho, na Bahia.
O diretor de Planejamento da Companhia Energética de Minas Gerais, Marcelo Melo, lembra que os níveis dos reservatórios enfrentam, há três anos, um ciclo de redução causado por fatores climáticos. Ele acredita que a única solução é se adaptar.
Um grupo formado pelo ONS e por concessionárias de energia monitora os níveis dos reservatórios para evitar que eles fiquem abaixo do volume útil, o chamado volume morto. Para isso, eles podem reduzir a vazão do São Francisco dos atuais 1.300 para 800 metros cúbicos por segundo. Essa decisão será tomada até o começo de novembro.
Um pacote de obras executadas por parcerias entre empresas e governos estaduais e federal pode reforçar a captação de água. É o que destaca o presidente da Comissão Parlamentar de Mudanças Climáticas, senador Fernando Bezerra.
Tanto governo quanto concessionárias afastam a possibilidade de que os cinco estados e mais de 500 municípios abastecidos pelo São Francisco enfrentem crises hídricas, como ocorreu no fim do ano passado e início deste ano, na região Sudeste. De acordo com o ONS, a possível redução da vazão não terá impacto sobre a transposição do rio.