Uma operação da Polícia Federal prendeu, nesta quinta-feira (30), três pessoas acusadas de participar de um esquema de lavagem de dinheiro público. A denúncia envolve a empreiteira Delta Construções, responsável por diversas obras públicas por meio das quais a verba era desviada. Entre os presos, está o empresário Carlinhos Cachoeira, detido em Goiás e transferido para a Polícia Federal no Rio de Janeiro.
O dono da empreiteira Delta, Fernando Cavendish, está no exterior. De acordo com o chefe da delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros, Tácio Muzzi, ele ainda não é considerado foragido, mas Tácio não descarta acionar a Interpol, se necessário.
As investigações revelaram que 96% do faturamento da Delta entre 2007 e 2012 eram provenientes de verbas públicas, chegando ao montante de R$ 11 bilhões. Desse total, R$ 370 milhões foram lavados por meio de pagamento ilícito a 18 empresas de fachada. O procurador da República Leandro Mitidieri explica a dinâmica do esquema.
Segundo o procurador, os crimes antecedentes eram, basicamente, dispensa indevida de licitação e superfaturamento em obras públicas, entre elas a do Parque Aquático Maria Lenk, na Barra da Tijuca.
O dinheiro lavado era sacado em espécie para o pagamento de propina a agentes públicos. Dentre os 23 denunciados, há executivos, diretores, tesoureiros e conselheiros da empreiteira, além de proprietários e contadores das empresas fantasmas.
*A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Carlinhos Cachoeira e da Delta Construções.