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Cinco patrocinadores cancelam apoio ao Boa Esporte após contratação de Bruno

Futebol
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Léo Rodrigues
14/03/2017 - 00:42
Belo Horizonte

Após o Boa Esporte anunciar a contratação do goleiro Bruno Fernandes, cinco patrocinadores do clube mineiro já anunciaram rompimento dos contratos. O atleta, que deixou a prisão no mês passado, é condenado em primeira instância pelo homicídio de Eliza Samudio, com quem teve um relacionamento e um filho.

 

Um habeas corpus concedido pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), lhe deu o direito de aguardar o julgamento dos recursos em liberdade.

 

O fabricante de suplemento nutricional Nutrends Nutrition e a clínica cardiológica CardioCenter já haviam anunciado o rompimento do patrocínio na semana passada.

 

Nesta segunda-feira (13), adotaram o mesmo caminho a Magsul, clínica de ressonância magnética, o grupo Gois & Silva, que atua no mercado financeiro, e a Kanxa, fornecedora de material esportivo. O Boa Esporte conta ainda com uma parceria com a prefeitura de Varginha (MG), município onde fica a sede do clube.

 

O anúncio oficial da contratação do goleiro ainda depende dos exames médicos e de detalhes burocráticos. As bases do contrato já foram acertadas e a diretoria da equipe mineira espera apresentar o jogador ainda até esta terça-feira (14).

 

O descontentamento com a contratação também levou hackers a invadir a página virtual do clube. Em mensagem postada sobre um fundo preto, os invasores justificaram o ato como uma demonstração de repúdio ao Boa Esporte e aos patrocinadores por apoiarem diretamente o feminicídio.

 

Bruno foi preso preventivamente em 2010, quando defendia o Flamengo e vivia bom momento na carreira. Um inquérito policial o apontou como principal suspeito pelo assassinato de Eliza Samudio, que desapareceu aos 25 anos e foi considerada morta pela Justiça. Seu corpo nunca foi encontrado.

 

Em 2013, o Tribunal do Júri da Comarca de Contagem (MG) condenou o goleiro a 22 anos e três meses de prisão pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro e ocultação de cadáver.

 

Segundo uma decisão do STF do ano passado, as penas devem começar a ser cumpridas após condenação em segunda instância. No habeas corpus concedido no mês passado, o ministro Marco Aurélio destacou que Bruno tinha condenação apenas em primeira instância e já somava seis anos e sete meses de prisão preventiva, sem que seus recursos tivessem sido avaliados pela Justiça. Por esse motivo, ele deveria ser solto para poder recorrer em liberdade.

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