Um possível descumprimento dos termos do acordo de leniência firmado entre o MPF, Ministério Público Federal, e o grupo J&F, dos irmãos Batista é alvo de investigação do MPF no Distrito Federal.
O procedimento administrativo leva em conta fatos ocorridos no acordo de delação premiada dos executivos da J&F: o MPF cita a rescisão do acordo, pedida pelo órgão, depois que os fatos que levaram à prisão de Joesley Batista e Ricardo Sáud foram omitidos. Também foi citada a investigação no âmbito da Operação Tendão de Aquiles, que levou à prisão os irmãos Joesley e Wesley Batista. Outro elemento citado foram os novos áudios vazados, que levantaram para o MPF a suspeita de que fatos criminosos foram ocultados pelos colaboradores da J&F.
Os argumentos citados pelo MPF apontam condutas que podem interferir no acordo de leniência homologado com a empresa dos irmãos Batista. O acordo prevê cláusulas que impedem a omissão e sonegação de informações relacionadas a fatos que deveriam ser relatados. Por isso, o MPF pode rescindir o acordo de leniência, caso a delação dos executivos seja anulada pelo STF, Supremo Tribunal Federal.
O procedimento administrativo para investigações foi aberto nesta segunda-feira e tem o prazo de um ano até o fim das investigações. Segundo o MPF, os efeitos do acordo continuam valendo até que haja provas que atestem o suposto descumprimento.