O Ministério Público do Rio de Janeiro e a Polícia Rodoviária Federal deram início nesta sexta-feira a segunda fase da operação Desvio de Rota, contra fraudes fiscais no transporte de combustíveis. O objetivo da ação é cumprir 19 mandados de prisão e 38 de busca e apreensão. O grupo é suspeito de usar notas fiscais frias, simular caminhões vazios e pagar propina a agentes públicos.
Segundo as investigações, os integrantes do esquema transportavam etanol em rotas incompatíveis com a origem e o destino das notas fiscais apreendidas. Ao serem interceptados pelos fiscais da operação Barreira Fiscal, recorriam a suborno e, às vezes, a ameaças e violência.
O MP informou que no curso das investigações, 73 carretas com 3 milhões de litros de etanol foram apreendidas, o que evitou um prejuízo de um bilhão de reais aos cofres públicos, através do não pagamento do ICMS, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.
Ainda de acordo com o Ministério Público, a organização se dividia em três núcleos: o dos líderes, responsável por organizar a ação; o núcleo logístico, que envolvia proprietários de empresas de transporte, motoristas e os falsificadores; e os lobistas, que faziam a interlocução com as empresas de revenda de combustível.
Entre os denunciados pelo crime estão pelo menos dois agentes públicos, um policial militar e um ex-agente da Barreira Fiscal, que hoje é assessor legislativo estadual. A Corregedoria da Polícia Militar também faz parte da força-tarefa.