O presidente de Cuba, Raúl Castro, cumpriu a ameaça que fez – em tom de brincadeira – ao iniciar seu discurso na 7ª Cúpula das Américas: falou durante quarenta e nove minutos (muito além do combinado) para compensar o silencio nas seis cúpulas anteriores. Era a primeira vez que um líder cubano participava da conferencia hemisférica, realizada a cada três anos, desde 1994, e ele aproveitou para elogiar o presidente norte-americano, Barack Obama.
Em dezembro passado, Obama anunciou que queria normalizar as relações diplomáticas com Cuba, interrompidas há meio século – e uma das primeiras medidas foi suspender o veto de seus antecessores a inclusão do governo cubano na cúpula. A presença de Castro e Obama na mesma mesa foi o ponto alto da sétima Cúpula das Américas – a primeira que contou com a presença de todos os 35 lideres do hemisfério.
A cúpula também marcou a aproximação dos Estados Unidos a outros países vizinhos, entre eles o Brasil. As relações tinham sido abaladas pelo escândalo de 2013, desencadeado pela revelação de que a agência de segurança nacional dos Estados /unidos tinha espionado as comunicações da presidenta Dilma e da Petrobras.