Depois de cinco meses de negociações, a crise grega chegou a um momento decisivo: ou a Grécia alcança um acordo com os credores internacionais, ou caminhará para a saída da Zona do Euro. Nesta quarta-feira (8), uma carta enviada ao Mecanismo Europeu de Estabilidade, responsável por manter o equilíbrio da Zona do Euro, gerou otimismo em alguns líderes. Nela, a Grécia pede um novo programa de ajuda financeira, de três anos, e pela primeira vez se compromete a iniciar, a partir da próxima semana, uma ampla reforma tributária e nas aposentadorias, além de medidas para fortalecer e modernizar sua economia.
Em discurso ao parlamento europeu, a casa responsável por aprovar as leis relacionadas à União Europeia, o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, se comprometeu a apresentar, até esta quinta-feira (9), uma proposta com medidas específicas para solucionar a crise grega. Ele lembrou que, por cinco anos, a Grécia funcionou como um laboratório de austeridade e que o povo está cansado. “Queremos um acordo que nos dê esperança de uma solução longo prazo, que seja uma luz no fim do túnel”, disse ele.
Na Grécia a tensão é grande, pois os bancos continuam fechados pela segunda semana consecutiva. Sem dinheiro circulando, o comércio está paralisado e alguns produtos já começam a faltar nas prateleiras. Sem o apoio dos credores internacionais, o governo grego não terá recursos para reativar o sistema financeiro, nem para pagar as próximas parcelas dos empréstimos adquiridos, que vencerão nos próximos dias. Se não houver acordo, a única opção para a Grécia será sair da Zona do Euro.
Se Atenas entregar a proposta nesta quinta-feira (9), ela será analisada pelos credores internacionais e uma decisão final está prevista para domingo, após cúpula entre os países da União Europeia. Líderes europeus expressaram opiniões diferentes na reta final de negociações. Enquanto a Alemanha insiste em não permitir o alívio da dívida grega, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, disse que seu país fará tudo que puder para que a Grécia continue na Zona do Euro. Para ele, permitir a saída da Grécia, seria admitir a impotência da Europa.