Os conflitos atuais entre o Exército do Sudão e o grupo paramilitar Forças de Ação Rápida acontecem desde o dia 15 de abril, dois anos após o contragolpe que derrubou Omar Al-Bashir, ditador do país por três décadas.
Na capital Cartum e em cidades vizinhas, pelo menos 320 pessoas morreram e outras 3.400 ficaram feridas, de acordo com as Nações Unidas.
Os conflitos no Sudão são consequência da "velha elite militar" do país, que resiste a pressões da sociedade civil por maior representatividade, na avaliação da professora da Universidade Federal de São Paulo e especialista em história Sudanesa e Africana, Patrícia Teixeira Santos. Ela explica a história por trás desses acontecimentos. Segundo a professora da Unifesp, a resistência à formação de um novo governo de transição pós-ditatorial é o principal motivo dos conflitos atuais.
O Sudão é o terceiro maior país africano em território e tem grande importância econômica, por causa da agricultura próximo do Rio Nilo e da exploração de petróleo.
A professora Patrícia Santos tem conversado com pessoas em Cartum, capital do Sudão, e conta que nesta sexta-feira, algumas delas começaram a sair nas ruas para conseguir alimentos, e alunos e missionários que estavam abrigados em escolas, tiveram a primeira chance de retornar para suas casas.
Na última semana, o Ministério das Relações Exteriores divulgou nota dizendo que a Embaixada Brasileira em Cartum está em contato com os cerca de 15 brasileiros no Sudão.