Um grupo de pesquisadores do Instituto Pasteur, de Dakar, no Senegal, que estuda o vírus zika, chegou ao Brasil nesta semana para auxiliar a força-tarefa de cientistas do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo, que se dedicam ao mesmo assunto.
A equipe senegalesa tem experiência de mais de 15 anos no estudo do vírus e também participou do combate ao ebola no Oeste da África. O objetivo é transferir experiência e treinar os pesquisadores brasileiros, que devem ser multiplicadores, para agir em caso de surtos de zika. Eles permanecem no país até o próximo dia 19.
Segundo o coordenador da Rede Zika, Paulo Zanotto, que é e pesquisador do ICB, os senegaleses vão colaborar para o estabelecimento de técnicas de isolamento e cultivo do vírus, na implantação de testes de diagnóstico molecular e sorológico e na relação do vírus com os vetores, a infecção no sistema nervoso e a microcefalia.
Os pesquisadores estudam ainda a relação do zika com a microcefalia. Na opinião de Zanotto, neste momento, é interessante e mais seguro partir do pressuposto de que tal associação pode ter uma base causal. A equipe também vai testar hipóteses levantadas em trabalhos anteriores sobre as diferenças e semelhanças entre o vírus que está no Brasil e o africano.