O Ministério Público Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o senador Aécio Neves, do PSDB, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, do PMDB, e o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Edinho Silva.
Também foram alvos do pedido de abertura de inquérito o deputado federal do PT Marco Maia e o ministro do TCU Vital do Rego.
O ministro do STF, Teori Zavascki, que é o relator da Lava Jato no Supremo, vai decidir se autoriza ou não a investigação dos citados. Os pedidos feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, são consequências da delação premiada do senador Delcídio do Amaral.
Em relação a Aécio, Delcídio afirmou que o tucano recebia pagamentos ilícitos de Dimas Toledo, ex-diretor de Furnas, estatal do ramo da energia. O procurador Janot pediu ainda para desarquivar outro pedido de investigação feito contra Aécio no ano passado e solicitou autorização para ouvir o senador em até 90 dias.
O senador Delcídio relata na delação premiada que Eduardo Cunha alterou a legislação do setor elétrico para se beneficiar na estatal Furnas. Cunha ainda é alvo de outros seis inquéritos. Uma ação do ano passado pede que o STF afaste Eduardo Cunha da presidência da Câmara.
Delcídio também envolveu na delação premiada Edinho Silva, que foi tesoureiro da campanha da presidenta Dilma Rousseff em 2014. Segundo Delcídio, Edinho teria operado o recebimento de pagamentos ilegais para bancar campanhas políticas.
Em relação ao ministro do TCU Vital do Rêgo e o deputado federal Marco Maia, do PT, Delcídio disse que eles cobravam propinas para não convocar em CPI donos de empreiteiras investigadas na Lava Jato.
O ministro Edinho Silva, em nota, disse que é a favor das investigações e que as afirmações de Delcídio são mentiras escandalosas. Edinho também lembrou que as contas de campanha de Dilma Rousseff foram aprovadas pelo TSE.
O deputado Marco Maia negou as acusações de Delcídio e disse que a investigação vai mostrar que ele é vítima de mentiras.
O ministro do TCU Vital do Rêgo repudiou o que chamou de ilações desprovidas de qualquer verossimilhança.
Eduardo Cunha, em nota, disse que a procuradoria-geral é seletiva em pedir abertura de inquérito contra ele.
O senador Aécio Neves considerou natural e necessário o pedido de abertura de inquérito e disse que tem convicção de que as investigações vão esclarecer a falsidade das citações feitas contra ele.