Horas depois de ter renunciado à presidência da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) apresentou nessa quinta-feira (7) um pedido ao recurso que está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Cunha pede que o processo que recomenda a cassação do seu mandato volte ao Conselho de Ética.
O documento argumenta que um dos principais motivos que levaram a aprovação do parecer no Conselho foi o fato dele ser o presidente da Casa, pelo poder que o cargo tem.
Segundo Cunha, como ele renunciou ao cargo nessa quinta-feira, o caso deveria voltar para o Conselho de Ética para nova análise.
O deputado Júlio Delgado, do PSB, adversário de Cunha, criticou o argumento.
O pedido apresentado por Cunha foi usado como justificativa por alguns líderes partidários para marcar a eleição da presidência da Câmara para o mesmo dia e hora da sessão da CCJ, que é a instância onde está o processo contra Eduardo Cunha.
Como o processo iria receber esse novo recurso, a votação teoricamente atrasaria.
Aliado de Cunha, o deputado Carlos Marum, do PMDB, ressaltou que ele precisa se defender.
O relator do recurso, Ronaldo Fonseca, do PROS, não tinha sido notificado sobre o aditamento até o fechamento desta reportagem.
Ele informou que após a notificação irá se posicionar sobre o novo pedido de Eduardo Cunha para anular o processo que recomenda a cassação do seu mandato.