O ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, foi punido com uma censura ética pela Comissão de Ética da Presidência da República. Por unanimidade, os conselheiros entenderam que o ex-ministro violou as normas de decoro e respeito às regras relacionadas ao conflito de interesse.
Segundo o presidente da comissão, Mauro Menezes, todos os dados foram analisados na decisão, que tem 75 páginas. E o que agravou o caso é o fato de que Geddel não comunicou à comissão a promessa de compra do apartamento em Salvador. De acordo com o Código de Conduta da Administração Federal, quem assume altos cargos deve repassar ao colegiado, em 10 dias, uma declaração de bens, rendas e relações familiares que podem gerar conflito de interesse.
O presidente ainda destacou que o caso foi analisado do ponto de vista ético, mas isso não quer dizer que Geddel também não possa ser punido por outros aspectos.
O caso Geddel foi divulgado após entrevista do ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, onde ele afirmou que o principal motivo que o levou a pedir demissão da pasta foi a pressão que sofreu por parte de Geddel para liberar um empreendimento imobiliário de luxo em Salvador, onde Geddel comprou um apartamento.
O ex-ministro da Secretaria de Governo admitiu que conversou com Calero, mas negou que tenha feito pressão. Sobre a decisão da Comissão de Ética, a reportagem procurou Geddel, mas o ex-ministro não quis comentar o caso.