O publicitário João Santana e a mulher dele, Mônica Moura, reafirmaram, nessa segunda-feira (5), ao juiz federal Sérgio Moro que receberam recursos não contabilizados, o chamado caixa 2, em todas as campanhas que participaram, incluindo as do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT.
O casal, que assinou acordo de delação premiada, prestou depoimento na ação penal em que Lula é réu no caso do sítio de Atibaia.
Mônica declarou que o dinheiro para o pagamento do trabalho dela nas campanhas era entregue em mãos e também por meio de depósitos no exterior. As transferências eram enviadas para uma conta que João Santana tinha na Suíça, para receber valores de caixa 2.
Na campanha à reeleição de Lula em 2006, Mônica disse que os serviços dos marqueteiros custaram cerca de R$ 18 milhões, mas só R$ 8 milhões foram pagos de forma oficial.
Durante o depoimento, Mônica Moura também afirmou que não tratava de questões financeiras de campanha com o ex-presidente Lula, mas com o ex-ministro Antônio Palocci.
João Santana também reafirmou que parte dos recursos da campanha foi paga pela empreiteira Odebrecht, mas disse que não sabia da suposta origem em contratos desviados da Petrobras, de acordo com denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal.
Segundo a denúncia do MPF, a Odebrecht e a OAS teriam pago reformas feitas no sítio de Atibaia, utilizado por Lula e pela família dele, com recursos desviados de contratos superfaturados da Petrobras.
