Operador de Cabral faz delação premiada e diz que recebeu propina a mando do ex-governador
Em depoimento realizado nesta terça-feira (12), na Justiça Federal do Rio de Janeiro, Carlos Miranda, apontado como um dos operadores financeiros do esquema criminoso que seria chefiado pelo ex-governador, Sérgio Cabral, confirmou que recebeu propinas de empresas que prestavam serviço para a Fundação Departamento de Estradas de Rodagem do Rio (Funderj), a mando de Cabral e do ex-secretário de gestão Wilson Carlos.
Miranda, que teve acordo de delação premiada homologado no Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que a propina era arrecadada de acordo com os pagamentos feitos pelo Estado para as empresas que prestavam serviço ao DER. Segundo ele, os valores ficavam em torno de R$ 100 mil a R$ 150 mil e eram feitos com periodicidade de 40 a 45 dias, ao longo dos governos de Cabral.
Miranda informou ainda que a propina era dividida entre Cabral e Henrique Alberto Santos Ribeiro, ex-presidente da Fundação DER. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Lineu Castilho apontado como operador de Henrique, teria aportado cerca de R$ 17 milhões para a organização.
Questionado pelas defesas, Miranda afirmou que não continha provas como gravações de conversas ou das entregas de dinheiro feitas. E afirmou que não participou de reunião do acerto das propinas, mas que soube que o acordo era feito pelo Henrique com as empresas que prestavam serviço ao DER.
Carlos Miranda foi ouvido pelo Juiz Marcelo Bretas, na Operação C'est Fini, desdobramento da Operação Calicute, braço da Lava Jato no Estado.
* Com colaboração de Cristina Índio do Brasil da Agência Brasil.