A CMB - Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos convocou os seus mais de 1800 hospitais associados para uma paralisação de 24 horas nesta terça-feira (19). Foram suspensas cirurgias eletivas e exames realizados pelo SUS em várias localidades do país.
De acordo com a confederação, pacientes que tinham procedimentos marcados, foram avisados e tiveram os atendimentos reagendados.
Em alguns Hospitais filantrópicos e Santas Casas, funcionários apresentaram faixas e vestiram camisetas pretas pedindo mais recursos emergenciais. A Santa Casa de Misericórdia em São Paulo, um dos mais importantes centros de referência hospitalar no Estado, decidiu não parar os serviços para não prejudicar os 3200 pacientes que estiveram nesta terça na unidade no Centro da capital. Mas participou com faixas e camisetas pretas no saguão principal.
A CMB não soube informar quantas cirurgias ou exames foram reagendados, mas de acordo com o presidente Mirocles Veras, o movimento foi bem sucedido para mostrar à população e às autoridades a importância desses hospitais para o Sistema Único de Saúde.
Os hospitais filantrópicos e Santa Casas são responsáveis por cerca de 50% dos atendimentos ambulatoriais e hospitalares no SUS, além de representarem quase 70% dos procedimentos de alta complexidade.
De acordo com a CMB, as dívidas das Santas Casas e hospitais filantrópicos em todo o país já somam mais de R$ 20 bilhões. Com a perspectiva de aprovação do piso salarial da enfermagem, há expectativa de aumento adicional em mais de R$ 6,3 bilhões nos custos. Dessa forma, a Confederação pede a alocação emergencial de mais de R$ 17 bilhões para os hospitais filantrópicos e Santas Casas de todo o país, sob o risco de elas pararem de funcionar por falta de verbas.
O Ministério da Saúde foi procurado para comentar o protesto das Santas Casas, mas não retornou.