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Segurança

Polícia Civil de São Paulo prende dois integrantes do MBL e MRL suspeitos de irregularidades fiscais

Operação Juno Moneta
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Adalto Gouveia (reportagem: Nelson Lin)
10/07/2020 - 14:35
São Paulo

*áudio atualizado às 20h49 para inclusão de informações

 

O Ministério Público junto com a Polícia Civil de São Paulo deflagraram nesta sexta-feira (10) a Operação Juno Moneta. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao Movimento Brasil Livre (MBL) e o Movimento Renovação Liberal (MRL), e duas prisões temporárias contra Alessander Monaco Ferreira e Luciano Ayan, que de acordo com o MP teriam ligações com os dois movimentos.


De acordo com o Ministério Público, os movimentos são suspeitos de recebimento de doações de forma suspeita, além da utilização de incontáveis empresas em inúmeras irregularidades fiscais que somariam o montante de R$ 400 milhões.


O Ministério Público afirmou que o Movimento Brasil Livre estaria utilizando a ferramenta de doação em lives do youtube, chamado de Super Chat, para recebimento de doações suspeitas. Esta ferramenta funciona da seguinte forma: numa live do youtube, há uma caixa de comentários em que a audiência pode participar mandando comentários. E com a ferramenta Super Chat, o youtube permite que essas pessoas façam uma doação ao criador da live para que seu comentário ganhe destaque na live dessa doação. 70% desse valor fica com o criador do conteúdo e 30% com a plataforma youtube.


Ainda de acordo com o Ministério Público, o empresário Alessander Monaco seria uma das pessoas que realizam essas doações suspeitas ao Movimento Brasil Livre, além de ter participação societária em duas empresas de fachada. Luciano Ayan, por sua vez, seria responsável por ameaçar aqueles que questionam as finanças do MBL, além de ser responsável por disseminação de fake news, ter participação em quatro empresas de fachada, e ter indícios de movimentação financeira incompatível com o fisco federal.


Em nota, o MBL afirma que Alessander Monaco Ferreira e Luciano Ayan não fazem parte do movimento. Declara, também, que as doações na plataforma do youtube são públicas, feitas por muitas pessoas físicas de forma espontânea e envolvem valores irrisórios. A nota finaliza afirmando que as atividades empresariais e familiares de fundadores do MBL são anteriores ao próprio movimento e não possuem qualquer vinculação com eles.

 

Em comunicado enviado à Rádio Nacional a Google esclarece:  "Não comentamos casos específicos. A Google apoia, de modo consistente, o importante trabalho das autoridades investigativas. Esclarecemos que o Super Chat é um recurso pelo qual usuários podem comprar mensagens de chat em transmissões ao vivo no YouTube.”

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