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Saúde

Covid-19: país tem redução de casos e mortes; exceção é estado do Rio

Dados foram divulgados pela Fundação Oswaldo Cruz
Douglas Corrêa - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 19/08/2021 - 21:37
Rio de Janeiro
Estação do metrô no Flamengo com pouca movimentação, no  primeiro dia de comércio fechado por determinação da prefeitura
© Tania Regô/Agência Brasil

Pela oitava semana consecutiva houve uma redução do número de casos, internações e óbitos no país, segundo o Boletim do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado hoje (19). No decorrer das últimas semanas, houve uma redução das taxas de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS), índice que vêm melhorando no país. A exceção é o estado do Rio, que apresenta aumento no indicador pela terceira semana consecutiva, voltando a atingir o patamar de 70%, o que não ocorria desde meados de junho. 

De acordo com o boletim, a taxa de mortalidade geral do Brasil diminuiu 0,9% ao dia, enquanto a taxa de incidência de casos de covid-19 foi reduzida em 1,5% por dia. As maiores taxas de incidência ocorreram no Centro-Oeste (Mato Grosso, Goiás e no Distrito Federal), no Sul (Paraná e Santa Catarina) e alguns estados do Norte (Roraima e Tocantins). As maiores taxas de mortalidade foram verificadas também em estados do Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás), além do Paraná, Rio de Janeiro e Roraima.

O estudo do Observatório Covid-19 aponta que permanece alta a circulação do vírus. “Este cenário preocupa ao considerarmos que a transmissão permanece alta e a variante Delta se encontra em circulação em vários municípios, com potencial de se disseminar”, dizem os cientistas responsáveis pelo trabalho.

Variante Delta

O cenário epidemiológico do estado do Rio de Janeiro concentra vários casos identificados de covid-19 em decorrência da variante Delta, além de sinalizar para o aumento da incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Também apresentam indícios de SRAG/Covid-19 ao longo das últimas seis semanas, o Rio Grande do Norte, a Bahia e o Paraná. Cerca de 98% dos casos de SRAG com confirmação positiva é por infecção do novo coronavírus.

Os pesquisadores defendem a importância da aceleração da vacinação, do uso de máscaras e do distanciamento físico. “Há também uma retomada da circulação de pessoas nas ruas próximas ao padrão anterior à pandemia, devido a uma sensação artificial de que a pandemia acabou, contribuindo para um relaxamento das medidas de prevenção por parte das pessoas e gestores”, diz o boletim.

Segundo os cientistas além da variante Delta, a retomada de crescimento de casos é reflexo de um progresso lento da cobertura vacinal, em se considerando não apenas a aplicação da primeira dose, mas do ciclo completo de vacinação, com a segunda dose. 

Segundo o boletim, diante deste quadro, é importante adaptar os serviços de saúde para a nova fase da pandemia no país, intensificando as ações de vigilância, testagem e rastreamento de contatos. É fundamental ainda reforçar ações de atenção primária à saúde, capazes de identificar casos que necessitem de cuidados intensivos, o que possibilita também a interrupção das cadeias de transmissão. 

Taxas de ocupação de leitos

Além do Rio, o Paraná também registrou aumento na taxa de ocupação de leitos. A taxa de ocupação de leitos covid-19 para adultos no estado teve um crescimento de 59% para 61% e também houve uma elevação expressiva do indicador na capital do estado, Curitiba (65% para 73%). 

Rondônia saiu da zona de alerta, com queda no indicador de 63% para 52%. Foram registradas expressivas reduções no indicador em Mato Grosso (79% para 61%), com o incremento de leitos disponibilizados (553 para 584), e em Goiás (78% para 69%), sem mudança importante no número de leitos. 

Óbitos

Com ampliação da cobertura vacinal para as faixas mais jovens, o processo de rejuvenescimento da pandemia no Brasil foi revertido. Novamente as internações hospitalares, internações em UTI e óbitos voltaram a se concentrar na população idosa, que apresenta maior vulnerabilidade dentre os grupos por faixas etárias.

Segundo o boletim, há uma estagnação nesse declínio para algumas faixas etárias, especialmente entre idoso, o que alerta para um possível aumento das internações e óbitos entre a população mais idosas.