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Festival apresenta documentários musicais produzidos na América Latina

A nona edição do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo
Elaine Patricia Cruz - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 20/07/2014 - 12:39
São Paulo
O documentário conta a história de um dos grandes nomes da música popular brasileira. Elza Soares O Gingado da Nega
© Divulgação/Festival de Cinema Latino Americano - SP

Os documentários musicais produzidos na América Latina estão entre os destaques da nona edição do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, que começa na quinta-feira (24). Filmes sobre importantes nomes da música latina, como o cubano Silvio Rodríguez, a chilena Violeta Parra, a banda venezuelana Los Amigos Invisibles e os brasileiros Cartola, Elza Soares e Tom Zé foram agrupados na retrospectiva Docs Musicais América Latina e serão apresentados durante os sete dias do evento.

 

O filme El Objeto Antes Llamado Disco mostra o grupo de rock Café Tacvba

O filme El Objeto Antes Llamado Disco mostra o grupo de rock Café TacvbaDivulgação/Festival de Cinema Latino- Americano - SP

Dois títulos são inéditos no Brasil: El Objeto Antes Llamado Disco: o Filme (2013), dirigido por Gregory Allen e que retrata o conjunto mexicano de rock Café Tacvba, e La Casa del Ritmo: Um Filme sobre Los Amigos Invisibles (2012), de Javier Andrade, que celebra a banda Los Amigos Invisibles. Outro destaque da retrospectiva é o filme As Canções (2011), de Eduardo Coutinho [que morreu em fevereiro deste ano], em que homens e mulheres contam as músicas que marcaram suas vidas.

O festival vai apresentar 114 filmes de 16 países da América Latina e do Caribe, com homenagens ao cineasta e produtor argentino Pablo Trapero, à atriz e produtora argentina Martina Gusmán, ao cineasta brasileiro Silvio Tendler e à atriz e produtora brasileira Leandra Leal. Nessa edição também serão exibidos filmes de países com pouco tradição cinematográfica, como a Costa Rica e a Guatemala.

“Há uma democratização do fazer audiovisual. Há nove anos, o forte era a cinematografia do Brasil, da Argentina e do México na região. Pouco a pouco fomos percebendo a presença de outros cinemas, como o uruguaio e o colombiano. Este ano teremos filmes da Costa Rica, da Guatemala, do Panamá e da República Dominicana, que não são países de tradição cinematográfica, mas são presenças cada vez mais constantes e com qualidades técnica e artística”, explicou um dos curadores do festival, Francisco César Filho, em entrevista à Agência Brasil.

 

O documentário conta a história de um dos grandes nomes da música popular brasileira. Elza Soares O Gingado da Nega

O documentário O Gingado da Nega conta a história de um dos grandes nomes da música popular brasileira, Elza SoaresDivulgação/Festival de Cinema Latino-Americano - SP

Outra característica do cinema latino-americano que ficará evidente durante o festival, segundo ele, é a linguagem própria, mostrando “as realidades urbanas e questões pessoais” que refletem o contexto local da região onde foram feitos. “Os realizadores estão investindo cada vez mais em uma linguagem ou em dramaturgias próprias para cada filme, que não sejam mera reprodução de clichês ou fórmulas já testadas. São filmes que dialogam com o público.”

Além dos documentários musicais e das homenagens, o festival também vai apresentar uma mostra dedicada ao cinema mudo latino-americano, com oito títulos produzidos entre as décadas de 1910 e 1930 na Argentina, no Chile, na Colômbia, em Cuba, no México, no Peru e no Brasil, que estará representado por dois filmes: Fragmentos da Vida (1929), de José Medina, e Ganga Bruta (1933), de Humberto Mauro. As sessões terão acompanhamento musical. O filme mais antigo desse ciclo é o mexicano O Carro Cinza, de 1919, uma aventura policial dirigida por Enrique Rosas.

Entre os filmes inéditos que serão exibidos durante o festival estão o cubano Vende-se, de Jorge Perugorría; o mexicano Rezeta, de Fernando Frías de la Parra; o chileno Matar a Um Homem, de Alejandro Fernández Almendra, premiado no Festival de Sundance; o uruguaio O Militante, de Manolo Nieto e o paraguaio A Leitura de Justino, de Arnaldo André, entre outros.

A programação do festival inclui ainda a Mostra de Escolas de Cinema Cia-Cilect, com curtas e médias-metragens das mais importantes instituições de cinema e de audiovisual. São 43 filmes de 22 escolas de sete países latinos, entre eles, o brasileiro Com uma Câmera na Mão e uma Máscara de Gás na Cara, que trata das manifestações do ano passado no Rio de Janeiro. “Esta é uma mostra tradicional, que passa filmes de formação ou de formatura de 22 escolas em países da América Latina. Nela, dá para conhecer os futuros talentos do cinema da região”, disse o curador.

A programação é toda gratuita e será exibida em oito locais na capital paulista: Memorial da América Latina, Cinesesc, Cine Olido, Centro Cultural São Paulo, Cinemateca Brasileira, Cineclube Latino-Americano, Centro Cultural da Juventude e Centro Cultural da Penha. Mais informações sobre o festival e a programação de filmes, seminários, debates e oficinas podem ser obtidas em http://www.festlatinosp.com.br/.