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Revelada por Lina Bo Bardi, artista Betty King expõe no Museu Afro Brasil

Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 26/04/2015 - 13:24
São Paulo
Betty King , Feijões  -
© Henrique Luz - Divulgação Museu Afro Brasil

O Museu Afro Brasil abriu em São Paulo uma exposição com 100 obras da artista plástica Betty King, da segunda geração de artistas abstratos no Brasil. Nascida em Nova Orleans, Estados Unidos, em 1932, e de formação cosmopolita, ela contribuiu para o circuito nacional abstrato entre as décadas de 1950 e 1970, principalmente no período em que morou em Salvador, de 1958 a 1976.

Betty King estudou na Europa e chegou a fazer exposições na França e na Inglaterra. Sua primeira mostra no Brasil foi a convite da arquiteta Lina Bo Bardi, no Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador.

Betty King, Árvore - Divulgação Museu Afro Brasil

Betty King, Árvore /Henrique Luz - Divulgação Museu Afro Brasil

“Ela fazia uma pintura abstrata quando chegou aqui, naquele ambiente da Bahia, em que tudo era figurativo. Ela chegou a Salvador, fez sua primeira exposição,e a obra dela foi evoluindo”, disse Emanoel Araujo, diretor do Museu Afro Brasil.

A exposição é composta por pinturas em óleo sobre tela, que apresentam suas investigações sobre o plano e a cor e os trânsitos entre a figuração e a imagem abstrata, além de suas inovadoras séries em alumínio, em que as chapas do metal eram gravadas por processos químicos e industriais. Betty dedicou-se a buscar novas técnicas e linguagens ao longo de mais de três décadas de trabalho, o que a tornou uma artista de vanguarda.

Araujo explicou que a obra da artista se modificou, o que a levou a utilizar o alumínio, que pode ser corroído por ácido ou ainda sofrer anodização, técnica que dá diferentes cores ao material. Para ele, o grande destaque da exposição são as placas de alumínio trabalhadas pela artista.

“Betty é uma das primeiras artistas no Brasil a trabalhar com o alumínio. Ela o corrói com texturas, com relevos, é uma prática artística e ao mesmo tempo industrial, porque era uma técnica usada na indústria do alumínio, crescente no Brasil nos anos 60 e 70”, acrescentou.

Com 85 anos, a artista vive na capital paulista. “Estamos trazendo a Betty de volta para o circuito das artes plásticas de São Paulo, para que público possa vê-la e revisitá-la”, ressaltou o curador. 

A exposição Betty King - das Pinturas, dos Relevos e dos Alumínios Anodizados tem entrada gratuita e fica em cartaz até 26 de julho.