Exposição no Museu do Amanhã trata do hackeamento da cidade do Rio de Janeiro
O Museu do Amanhã, na Praça Mauá, abriu ao público, a partir de hoje (12), até 5 de fevereiro de 2017, a exposição Rolé pelo Rio Hackeado, sobre a capacidade de as pessoas poderem mudar a cidade onde vivem. A mostra, segundo a diretora do Laboratório de Atividades do Amanhã do museu, Marcela Sabino, dá chance às pessoas de “falar, debater, criar coisas novas”.
Segundo Marcela, o Museu do Amanhã importou, para essa exposição, a ideia do hackeamento da cultura digital dos Estados Unidos, que, no início desse processo, nos anos de 1950, tinha como objetivo melhorar o código digital e torná-lo mais elegante.
“O que estamos querendo dizer com essa exposição é que as pessoas também podem hackear a cidade, entender a cidade como um sistema e podem modificá-la”. Por meio de projetos interativos, os visitantes poderão apreciar as transformações, ou hackeamentos, ocorridos em vários bairros do Rio de Janeiro. Na Urca, na zona sul, por exemplo, mostra-se a mureta que acabou virando um ponto de encontro das pessoas nos fins de semana. Ou o viaduto de Madureira, na zona norte, que se transformou no maior baile charme do Brasil.

Museu do Amanhã, na Praça Mauá
Na mostra, estão expostos vários hackeamentos que já acontecem na cidade, no dia a dia, traduzidos pelas orquídeas colocadas em árvores nas ruas, até ações como limpeza de praças, pintura de muros. “Ações, enfim, que mostram como se pode hackear para melhor”, comentou a diretora.
Outra prática já adotada em todo o mundo e que está incluída na exposição são as hortas urbanas, que aproveitam espaços vazios das cidades “e deram vida a esses espaços e podem criar novas economias”, segundo Marcela Sabino. Nesse caso, o exemplo citado foi a horta urbana criada no Lixão do Vidigal, em São Conrado, zona sul do Rio, que se transformou em um centro de lazer naquela comunidade carioca.
A ideia é levar as pessoas a analisar o que as incomoda na cidade e, ao mesmo tempo, incentivá-las a perceber como podem contribuir para melhorar isso, para “cada vez mais incentivar os moradores a contribuir para a mudança da cidade para melhor”, diz a diretora. Segundo Marcela, muitas experiências acabam sendo incorporadas pela administração municipal, em algum momento. Ou seja, fazem com que os moradores da cidade sejam não só usuários, mas agentes de transformação, a partir da adoção de ações sustentáveis.

