Marcha Nerd anima foliões com músicas de animes, séries e video-game
Um grupo de amigos nerds resolveu, ha cinco anos, criar um bloco de carnaval só para nerds. Hoje (26) eles conseguiram botar o bloco Marcha Nerd na rua – Praça Xavier de Brito, Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro – e tirar nerds e geeks da frente do computador durante a folia.
“Quisemos unir o melhor do mundo geek com o melhor do carnaval. Trouxemos para a rua aquele que ficava isolado durante o carnaval, com direito a cosplay e samba no pé”, explica Vinícius Vieira de Lima, biólogo e doutorando na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que toca caixa no bloco.
Para ele, a música é um hobbie, mas a banda tem sido convidada para tocar em shoppings e eventos particulares. São 22 músicos na banda e bateria, e entre os sucessos que mais empolgam o público estão as músicas dos desenhos animados Cavaleiros do Zodíaco e He-Man, do game Super Mario Bros e da série Game of Thrones, incorporada no ano passado.
O bloco é quase um concurso de cosplay, com muita gente fantasiada. As escolhas mais comuns são por personagens de filmes, desenhos e vídeo games. No intervalo, o grupo convida os que estão com as melhores fantasias para subir ao palco.
A cantora lírica e nerd Flávia Almeida foi de Bangu, na zona oeste, com toda a família caracterizada como personagens dos filmes Star Wars, outro tema frequente entre as fantasias no bloco. Vestida de Padmé, ela diz que tem amigos na banda, mas é a primeira vez que vai ao bloco e confirma o incentivo que a Marcha dá para os nerds saírem de casa.
“É o maior barato, quem é nerd, geek, sempre tem dificuldade de se 'enquadrar' no carnaval. Então, esse bloco ajuda a quem faz parte do 'bloco do Netflix'a sair de casa para curtir a folia”, diz Flávia, se referindo a quem prefere ficar em casa no carnaval, assistindo séries.
Para ela, ser nerd é uma forma de identidade e de expressão. “Hoje, quem sofria com bulling na escola, como eu, que sempre fui suburbana e estudava música clássica em um lugar onde todo mundo gosta de samba e funk, tem a sua forma de expressão", disse Flávia, acompanhada pelo filho Heitor, de 6 anos, vestido de Anakin. Ele afirmou que gosta de desenho, mas não é nerd, e sim gamer.