Diplomata e escritor João Almino é eleito por unanimidade para a ABL
O diplomata e escritor João Almino é o novo ocupante da Cadeira 22 da Academia Brasileira de Letras (ABL), que estava vaga desde agosto do ano passado com a morte do médico e acadêmico Ivo Pitanguy. Almino foi eleito por unanimidade na tarde de hoje (8), com os votos dos 23 acadêmicos presentes e de 10, por cartas, na disputa com mais cinco postulantes à cadeira, que teve como fundador Medeiros e Albuquerque e cujo patrono é José Bonifácio.
Nascido em 1950 em Mossoró (RN), o embaixador João Almino é autor de seis romances, bem recebidos pela crítica e com histórias ambientadas em Brasília. Entre eles, As Cinco Estações do Amor (2001), vencedor do Prêmio Casa de Las Americas de 2003, e Cidade Livre (2010), finalista dos prêmios Jabuti e Portugal-Telecom. Escreveu ainda ensaios literários e parte de sua obra de ficção está traduzida para o inglês, francês, espanhol, italiano e outras línguas.
Mestre em sociologia pela Universidade de Brasília (UnB) , João Almino é também autor de ensaios de filosofia política e de história. Os livros Os Democratas Autoritários (1980), Era uma Vez uma Constituinte (1985), A Idade do Presente (1985), O Segredo e a Informação (1986) e Naturezas Mortas (2004) são considerados referência para estudiosos da democracia e do autoritarismo.
O embaixador João Almino foi diretor do Instituto Rio Branco, a escola de formação dos diplomatas brasileiros. Ele lecionou também na Universidade Nacional Autônoma do México (Unam) e nas universidades de Berkeley, Stanford e Chicago, nos Estados Unidos, e defendeu tese de doutorado em história comparada das civilizações contemporâneas em 1980 pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, de Paris, sob a direção do filósofo Claude Lefort.
Amanhã (9), a ABL elege mais um acadêmico, desta vez o ocupante da Cadeira 37, vaga desde dezembro passado, com a morte do poeta Ferreira Gullar. Concorrem 12 candidatos, entre eles dois apontados como favoritos, o poeta e filósofo Antonio Cícero e o historiador Arno Wehling.