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Número de visitantes no Mercado Modelo de Salvador dobra este ano

O local guarda histórias da fundação de Salvador, assim como o
Sayonara Moreno - Correspondente da Agência Brasil
Publicado em 03/08/2017 - 16:16
Salvador
Mercado Modelo
© Jefferson Peixoto/Secom
Mercado Modelo

O local guarda histórias da fundação de Salvador, assim como o surgimento do bairro do Comércio,  e consequentemente, o tráfico de pessoas escravizadas trazidas para o BrasilJefferson Peixoto/Secom

O tradicional ponto turístico de Salvador - Mercado Modelo - registrou o dobro de visitantes, este ano, em relação ao ano passado. Segundo a prefeitura da capital baiana, atualmente o espaço recebe cerca de 300 visitantes por dia, com uma média de 8 mil turistas por mês.

Desde o início de 2016, a gestão do Mercado Modelo está sob a responsabilidade do executivo municipal, por meio da Secretaria de Ordem Pública, que fez intervenções na estrutura, sobretudo na correção de problemas de eletricidade e infiltrações.

Localizado no bairro do Comércio, região antiga de Salvador, o Mercado Modelo faz parte de uma das regiões tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e é um dos pontos onde, atualmente, turistas e moradores compram artesanatos, incluindo lembranças de viagem à Bahia, disponíveis nos 263 boxes de comerciantes. Além disso, o espaço oferece opções de lazer, cultura e culinária. 

Apesar da importância cultural e histórica do Mercado Modelo – antiga Casa de Alfândega - o local guarda histórias da fundação de Salvador, assim como o surgimento do bairro do Comércio e, consequentemente, o tráfico de pessoas escravizadas trazidas para o Brasil.

Devido ao grande número de pessoas submetidas a essas condições, a capital da Bahia é considerada a cidade mais negra depois do continente africano. O subsolo do Mercado Modelo chama atenção devido à arquitetura, além de ser um ambiente com alto teor de umidade, cujos túneis eram utilizados para o armazenamento de vinhos e mercadorias específicas. No saber popular, o subsolo do mercado  que fica abaixo do nível do mar e frequentemente alagado é lembrado como espaço onde eram depositadas as pessoas escravizadas, em condições sub-humanas. Com isso, desperta a curiosidade dos visitantes e atrai turistas de todo o mundo.