Encontro reúne grafiteiros do Brasil e do exterior em Duque de Caxias


Grafiteiros participam do 12º Meeting of Favela na Vila Operária, em Duque de Caxias, que se tornou uma grande galeria a céu aberto
Termina hoje (10), na Vila Operária, município de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, a 12ª edição do Meeting of Favela (MOF), encontro de grafiteiros do Brasil e do exterior que começou na sexta-feira. O evento, que reúne em média de 300 a 500 artistas por edição, é considerado o maior encontro do gênero na América Latina. “Ontem, no mural inicial, já teve mais de 200 grafiteiros”, disse à Agência Brasil o idealizador do MOF, André Lourenço, o Kajaman.
“A ideia foi concentrar em um evento anual o pessoal do grafite, não só do Rio de Janeiro, mas de outros estados. O objetivo foi trazer para a Baixada Fluminense a coisa da integração, do grafite, introduzindo o município no cenário da arte urbana”, explicou Kajaman.
Este ano, participaram grafiteiros da França, Argentina e Japão, além de representantes de todo o Brasil”. Segundo Kajaman, tão logo terminar o evento deste ano, “aprendendo com os acertos”, os organizadores do MOF começam a planejar a edição de 2018.
A adesão às atividades é voluntária e cada artista traz seu próprio material. “É como se fosse o Natal da galera, uma comemoração. É um evento que lacra o calendário de eventos do Brasil”. O MOF faz parte do Mapa da Cultura do estado do Rio de Janeiro.
Renovação

Grafiteiros participam do 12º Meeting of Favela na Vila Operária, em Duque de Caxias, que se tornou uma grande galeria a céu aberto
Há três anos participando do MOF, o grafiteiro Igor Moreno da Silva atua na zona norte, onde mora, no bairro de Guadalupe, próximo a Madureira. Para ele, o Meeting of Favela é um “evento ótimo, porque além de você estar encontrando seus amigos de outros estados e países, é um momento de trocar ideias e experiências também com outras pessoas e não só com a comunidade, que é algo crucial. A gente vai para lá, rola uma troca máxima com a comunidade, porque os moradores querem renovar todo ano aquela pintura no muro. Para mim, é um momento mágico”, afirmou Igor.
O artista conta que já consegue viver do grafite, que é seu trabalho e fonte de renda. A preocupação é em relação a onde ele está colocando sua arte. “Tem que estar colocando ela nos lugares certos, conhecendo bastante gente para poder expandir o que você está fazendo”, disse.
Igor salientou que os grafiteiros que participam do MOF se dedicam também a passar adiante o que sabem. “A interação com os moradores é crucial. Você está passando a experiência que tem. É algo muito importante”, definiu.
