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Direitos Humanos

Diretor de presídio de Pedrinhas é exonerado após fuga de dez presos

O chefe do plantão, cujo nome não foi informado, também foi afastado
Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil*
Publicado em 04/04/2014 - 18:00
Brasília
Penitenciaria de Pedrinhas, Maranhão
© Arquivo/Ministério Público do Maranhão

O diretor do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, Valdir Dias, foi exonerado do cargo hoje (4), após a fuga de dez presos na noite passada. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do governo do Maranhão. Ainda não foi indicado um novo diretor. Também segundo a assessoria, até o início da tarde, nenhum dos presos havia sido capturado. Além do diretor, o chefe do plantão, cujo nome não foi informado, foi afastado do cargo. As circunstâncias da fuga e a apuração de responsabilidades serão discutidas em uma sindicância.

Em nota divulgada nesta manhã, a Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária do Maranhão informou que os fugitivos serraram as grades do teto do pátio do Presídio São Luís (um dos que formam o complexo penitenciário) enquanto lavavam o local, usado para o banho de sol de todos os detentos. Em seguida, usaram uma corda feita com trapos para fugir. Dois presos que tentavam escapar ficaram feridos quando tentavam ultrapassar a cerca do muro de proteção e foram recapturados.

Com a fuga de ontem (3), subiu para 14 o número de detentos que escaparam do maior estabelecimento prisional maranhense nos últimos cinco dias.

Ao longo dos últimos anos, Pedrinhas tem sido palco de rebeliões e de brigas entre facções criminosas rivais. Só entre o começo de 2013 e março deste ano, ao menos 64 presos foram mortos no interior da unidade.

Além disso, foi de lá que partiram as ordens para que, no fim do ano passado, bandidos atacassem delegacias da região metropolitana da capital e ateassem fogo em ônibus. Em um dos cinco ônibus incendiados em São José de Ribamar, no dia 3 de janeiro, estava a menina Ana Clara Santos Souza, de 6 anos, que teve queimaduras em 95% do corpo e morreu dois dias depois.

*Colaborou Alex Rodrigues