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Direitos Humanos

Angela Davis defende boicote a Israel

Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 23/07/2014 - 22:39
Brasília

A professora e filósofa norte-americana Angela Davis, ativista do movimento negro, defendeu hoje (23) o boicote a Israel por causa da ofensiva contra a Palestina. "Eu acho que o Boicote, Desinvestimento e Sanções [BDS] é essencial", disse, em entrevista coletiva no Festival Latinidades. "A questão da Palestina é muito cara para mim, o mundo não pode virar as costas para o que está acontecendo, especialmente agora, com o grande número de crianças mortas nos últimos dias", acrescentou

A campanha global Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) foi lançada por palestinos em 2005 e conseguiu a adesão de organizações e ativistas em todo o mundo. Os participantes defendem um boicote militar, comercial e acadêmico à Israel. Para eles, manter negócios com o governo israelense é ser cúmplice das violações dos direitos humanos.

Segundo Angela, empresas que atuam na ocupação palestina atuaram também no apartheid na África do Sul, em deportações de pessoas nos Estados Unidos e no México, além de ter envolvimento com o abuso sexual de mulheres. "Se o capitalismo internacionalizado consegue fazer todas essas conexões, por que nós não podemos?", questionou.

Angela já esteve em Gaza e a experiência, segundo ela, foi marcante. "Pessoas tiveram que sair de casa simplesmente porque eram palestinas. Existem estradas por onde palestinos não podem passar. A Palestina ocupada tem que ter a mesma atenção que o mundo deu à África do Sul [durante o apartheid]".

A mais recente ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza começou no dia 8 de julho e foi seguida por uma intervenção terrestre iniciaca na última quinta-feira (17). A ação militar já provocou a morte de mais de 670 palestinos, a maioria civis. Do lado israelense, foram confirmadas 32 mortes de militares e duas de civis.