OAB/RJ diz que não foi consultada sobre pedido de asilo político de advogada
O vice-presidente da Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Rio de Janeiro (OAB/RJ), João Pedro Pádua, encarregado do caso da advogada Eloisa Samy Santiago, disse hoje (21) que a OAB não recomendou nem foi consultada sobre o pedido de asilo político ao Uruguai.
Eloisa e o também ativista David Paixão estão no Consulado-Geral do Uruguai, no Rio, onde foram buscar abrigo.
“Foi uma decisão pessoal dela. Ela pode ter consultado alguém, mas não a nós”, disse Pádua. A advogada teve a prisão preventiva decretada na última sexta-feira (18).
Pádua informou que a comissão da OAB/RJ segue defendendo Eloisa Samy Santiago em juízo, mas não na medida de asilo. Ele espera para ainda hoje a resposta sobre o pedido de habeas corpus para a advogada, referente à prisão preventiva. “A decisão vai sair hoje, mas se vai ser favorável, não tenho como saber”, disse.
Eloisa foi presa na Operação Firewall, deflagrada no último dia 12 pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, em cumprimento a 26 mandados de prisão e dois de busca e apreensão de menores expedidos pela Justiça. Na ocasião, 17 adultos foram presos e dois menores de idade apreendidos por envolvimento em atos violentos durante manifestações ocorridas no Rio. A ação deu seguimento às investigações iniciadas em setembro do ano passado pela Delegacia de Repressão a Crimes contra a Informática (DRCI).
As prisões ocorreram nos municípios do Rio de Janeiro e Búzios (RJ) e Porto Alegre. Segundo a polícia, foram apreendidos máscaras, gasolina, arma de choque, um revólver, artefato explosivo, sinalizador, droga, computadores e aparelhos celulares. Outras duas pessoas foram presas em flagrante por porte de arma e drogas.