Game tenta estimular a prevenção e o combate ao trabalho infantil
O Ministério Público do Trabalho (MPT) disponibilizou hoje (14) mais uma ferramenta de prevenção e combate ao trabalho infantil. As pessoas poderão baixar em seus computadores um game onde o jogador poderá guiar o personagem de uma criança superando obstáculos e desafios, para um caminho distante do trabalho em lixões e em casa nas áreas urbana e rural. Com uma mistura de diversão e preocupação social do trabalho infantil, o game “Infância Livre” funciona como instrumento de alerta para a questão do trabalho infantil.
De acordo com o idealizador do projeto, o procurador do trabalho em Campina Grande (PB) Marcos Antonio Ferreira Almeida, a intenção é aproveitar o potencial de difusão e entretenimento dos jogos eletrônicos para propagar informações importantes. “A perspectiva é de que se possa promover o entretenimento, mas, mais do que isso, levar aos jogadores informações importantes acerca da nocividade do trabalho infantil e de outras práticas ilícitas”, disse.
Desenvolvido por alunos do curso de jogos digitais de ciências sociais aplicadas, o game aborda, de forma lúdica e interativa, informações sobre o trabalho infantil. “Buscamos fazer um jogo divertido. Existe sempre a aquela impressão de que os jogos educativos não são tão divertidos e conseguimos fazer com que o nosso jogo seja divertido. Ao jogar, as pessoas vão passar pelo cenários onde acontece o trabalho infantil e se informar, despertando a consciência”, explicou Rodrigo Mota, coordenador do projeto.
Para o diretor adjunto do escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Stanley Gacek, o jogo é uma alternativa “pioneira” e “valiosa” de estímulo ao combate do trabalho infantil. A iniciativa, ressaltou ele, junta-se a outras medidas adotadas pelo Brasil, nas duas últimas décadas, que possibilitaram ao país diminuir em 58% o número de crianças e adolescentes trabalhando.
“Essa iniciativa do jogo Infância Livre tem tudo a ver com esse quarto eixo estratégico e crítico de sensibilização da população e, especialmente, as próprias crianças e adolescentes. Temos que ganhar os corações e as mentes da população. E essa sensibilização continua sendo absolutamente essencial e chave para erradicar totalmente o mau do trabalho infantil. Essa ferramenta poderá ser aplicada não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro”, frisou o representante da OIT.
A secretária nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, Angélica Gulart, destacou que a sociedade precisa superar o conceito “ultrapassado” de que o trabalho é uma boa alternativa para as crianças pobres e carentes. “O jogo trata com uma linguagem diferente, lúdica, um tema pouco conhecido e divulgado. Traz à luz uma nova linguagem para abordar o problema dessa cultura de naturalização dessa prática”.
O idealizador do projeto espera que até o final do ano, sejam lançados outros jogos abordando outros temas como o trabalho escravo, da igualdade nas relações de trabalho e o combate à discriminação. O jogo e informações sobre o projeto podem ser encontradas no site www.mptgames.com.br.