Trabalhadores sem teto são recebidos pela prefeitura de São Gonçalo
Centenas de pessoas protestam hoje (5) em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, por moradias populares. Vindos da ocupação Zumbi dos Palmares, instalada desde sexta-feira (31) em um terreno abandonado no bairro de Santa Luzia, os manifestantes cobram a desapropriação da área e a adesão da cidade ao Programa Minha Casa, Minha Vida, na modalidade entidades, que permite a concessão de financiamento público a organizações da sociedade.
De acordo com o representante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Henrique Andrade, uma comissão de cinco moradores está reunida com representantes da prefeitura, entre eles, membros da secretaria de Habitação e de Desenvolvimento Social. Os sem-teto pedem, além da desapropriação, a regularização do fornecimento de água, energia elétrica e mais segurança na ocupação, que foi atingida por um incêndio no domingo (2). Eles acreditam que o incêndio tenha sido uma tentativa de expulsá-los de lá.
“Queremos também que a prefeitura retire o entulho do local. Impedimos, nos últimos dias, que pelo menos cinco caminhões despejassem entulhos lá”, contou Henrique, do MTST. A área pertence a empresa G Bastos Comércio e Indústria de Embalagens Plásticas Ltda que, de acordo com o movimento, tem dívidas fiscais com a prefeitura. O proprietário, até o momento, não entrou com ação de reintegração de posse.
Os moradores da ocupação, que vieram de áreas próximas ao terreno ou de comunidades pobres de São Gonçalo, contam que o local abrigava uma antiga fábrica de plástico, - hoje, só resta a estrutura de alvenaria -, e era utilizado para o desmanche de carros.
São Gonçalo é o segundo município mais populoso do estado. Com a valorização imobiliária na região, os moradores reclamam do preço do aluguel e muitos moram de favor ou em áreas de risco, informou o MTST. Segundo a prefeitura, o déficit habitacional chega a 20 mil pessoas.
Procurado pela reportagem, o Ministério das Cidades disse que já investiu R$ 984,8 milhões na modalidade entidades do Minha Casa, Minha Vida. Foram atendidas 3 mil famílias, em 165 cidades brasileiras. O orçamento aplicada pelo programa todo, até agora, é de R$ 228,3 bilhões.