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Direitos Humanos

Barroso diz que Supremo deveria voltar a discutir validade da Lei da Anistia

Luciano Nascimento – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 10/12/2014 - 20:02
Brasília
Posse do ministro do STF, Luís Roberto Barroso, no cargo de ministro substituto do TSE. Barroso assume a vaga de Luiz Fux que passa a membro efetivo do TSE (Valter Campanato/Agência Brasil)

“Quem diz o direito no território nacional é o STF",  diz o ministro   Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso disse hoje (10) que o tribunal deveria voltar a apreciar a validade da Lei da Anistia.

Na opinião do ministro, o STF tem que debater se a decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) para que o Brasil investigue crimes da ditadura e puna seus autores tem precedência sobre a posição do Supremo que, em 2010, validou a anistia.

“Eu, como cidadão, tenho muitos juízos pessoais, mas não se confundem com o papel de intérprete da Constituição Federal. O que é preciso saber é se a lei é compatível com a Constituição Federal e qual a posição que deve prevalecer [a do STF ou da Corte Interamericana de Direitos Humanos]." Segundo o ministro, o fato de haver decisão da corte interamericana posterior à do Supremo, e em sentido divergente, é uma situação inusitada.

Barroso fez a declaração ao comentar o relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), entregue nesta quarta-feira à presidenta Dilma Rousseff. “Quem diz o direito no território nacional é o STF, porém, nada impede que o STF decida que, em decisão A ou B, [a Corte] possa entender que deva prevalecer a posição da CIDH”, disse o ministro.

Entre as recomendações do relatório da CNV, está a de revisão da Lei da Anistia, com a consequente responsabilização dos agentes públicos que praticaram graves violações de direitos humanos, como torturas e assassinatos.