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Direitos Humanos

Ato em Copacabana cobra respostas sobre desaparecimento de Amarildo

Protesto marcou os dez anos da morte do ajudante de pedreiro
Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil*  
Publicado em 13/07/2023 - 14:21
Brasília
Rio de Janeiro (RJ), 13/07/2023 - Dez anos depois da morte e desaparecimento de Amarildo Dias de Souza, a organização não governamental (ong) Rio de Paz realiza protesto, em frente ao Copacabana Palace, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil
© Tânia Rêgo/Agência Brasil

Dez anos depois da morte e desaparecimento de Amarildo Dias de Souza, a organização não governamental (ONG) Rio de Paz realizou uma manifestação nesta quinta-feira (13), em frente ao Copacabana Palace, na zona sul do Rio de Janeiro. Os manifestantes cobraram do governo do estado do Rio de Janeiro a responsabilização pelo desaparecimento de Amarildo e explicações sobre os demais desaparecidos no estado que, de acordo com a ONG, chegam a 5 mil por ano.

“Assassinato seguido de ocultação de cadáver é algo que faz parte do cotidiano do estado do Rio de Janeiro”, disse o fundador da Rio de Paz, Antonio Carlos Costa. “Estamos perante um escândalo, agentes do poder público matam um cidadão brasileiro, ocultam o seu corpo e vivemos em uma cidade tomada de cemitérios clandestinos. É a barbárie. Como não protestar?”, acrescentou.

Segundo Costa, é necessário não apenas um posicionamento do estado em relação aos casos específicos, mas mudanças efetivas na política de segurança.

Rio de Janeiro (RJ), 13/07/2023 - Dez anos depois da morte e desaparecimento de Amarildo Dias de Souza, a organização não governamental (ong) Rio de Paz realiza protesto, em frente ao Copacabana Palace, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil
Dez anos depois da morte e do desaparecimento de Amarildo Dias de Souza, a ONG Rio de Paz realiza protesto na zona sul do Rio - Tânia Rêgo/Agência Brasil

O ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza desapareceu entre os dias 13 e 14 de julho de 2013, após ter sido detido por policiais militares e conduzido, da porta de sua casa, na Favela da Rocinha, zona sul do Rio, em direção à sede da Unidade de Polícia Pacificadora do bairro. De acordo com a Justiça, ele foi torturado e morto por policiais e seu corpo nunca foi encontrado.

Ao todo, 25 policiais foram processados. Um deles morreu antes da decisão, e 12 foram condenados pelo sequestro, tortura, morte e ocultação do cadáver de Amarildo. Nenhum está preso e seis seguem trabalhando na polícia.

“Essa data marca para a família do Amarildo um constrangimento porque são dez anos do desaparecimento do Amarildo, dez anos que a gente está esperando a resposta da Justiça e a Justiça não dá resposta para a família, e dez anos que sumiu a ossada do Amarildo. Nós não enterramos o corpo dele”, disse a viúva Elizabete Gomes da Silva.

No ato, dez manequins cobertos por um tecido branco foram expostos na areia da Praia de Copacabana, cartão-postal da cidade do Rio. Os manequins lembram os dez anos sem reposta pelo desaparecimento de Amarildo e também o número de desaparecidos por semana em todo o estado.

Também nesta quinta, às 20h, a Rio de Paz lançará o documentário Cadê Você?, que conta a história de Amarildo, da família e também de outras pessoas que passaram e ainda passam pela mesma situação.

*Com informações da TV Brasil