Entidades cobram reinstalação da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos
A Coalizão Brasil por Memória Verdade Justiça Reparação e Democracia, grupo formado por dezenas de entidades de defesa dos direitos humanos, publicou nesta segunda-feira (31) um comunicado cobrando do governo federal ações efetivas de políticas públicas de memória, verdade, justiça e reparação.
Entre as ações reivindicadas, está a reinstalação da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP). “A Comissão pode envidar esforços concretos para a ampliação do conceito de desaparecimentos políticos no Brasil. Por outro, ela reúne uma importante expertise técnica que pode ser colocada à disposição para o esclarecimento das graves violações aos direitos humanos de outros períodos históricos, inclusive das que seguem sendo perpetradas no presente”, diz o texto do documento.
O comunicado pede ainda a instalação da Comissão Nacional da Verdade Indígena; o avanço no reconhecimento das violações aos direitos humanos dos trabalhadores rurais; e a implementação de políticas de memória e reparação sobre a escravidão negra; o fortalecimento da política de arquivos; a construção de espaços de memória e museus de Direitos Humanos; o avanço na revisão da lei de anistia e da responsabilização dos perpetradores.
“Apesar da delicadeza do momento atual, marcado por limites políticos e orçamentários decorrentes da passagem de um governo de extrema-direita para uma gestão democrática, os quais dificultam a implementação desse programa em sua totalidade, acreditamos que tais iniciativas são fundamentais para a defesa e o fortalecimento da nossa democracia, tão atacada nos últimos anos”, diz o texto.
O documento reivindica ainda o cumprimento das recomendações da Comissão Nacional da Verdade, especialmente no que diz respeito às reformas institucionais voltadas para interromper o "genocídio negro nas favelas e cadeias". Ainda há uma demanda pelo “aperfeiçoamento das instituições”, sobretudo a reforma das Forças Armadas.
A íntegra do comunicado por ser acessado no link.
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania foi procurado, mas ainda não se manifestou.