Custo de transporte contribui para recuo da inflação oficial em janeiro
A queda do custo de transporte foi o principal motivo para o recuo da taxa de inflação oficial em janeiro deste ano. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou janeiro em 0,55%, taxa inferior à registrada em dezembro (0,92%).
A queda de 0,37 ponto percentual na taxa do IPCA pode ser explicada em grande parte pela deflação (queda de preços) no item transportes, que passou de 1,85%, em dezembro de 2013, para -0,03% em janeiro deste ano.
O principal responsável pela queda do custo de transportes foi a redução de 15,88% no preço das passagens aéreas. “Não temos como afirmar sobre o que provocou a queda do preço das passagens aéreas, mas sabemos que esse não é um comportamento comum em janeiro. Uma hipótese talvez seja o fato de o carnaval cair em março neste ano e não houve tanta pressão para emendar as férias com o carnaval, que normalmente cai em fevereiro”, disse a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos.
Outros itens que tiveram impacto na inflação dos transportes em dezembro apresentaram taxas menores em janeiro - como a gasolina, cuja taxa passou de 4,04% em dezembro para 0,6% em janeiro. O etanol também teve um aumento de preço mais moderado, ao passar de uma taxa de inflação de 4,83% para 1,43% no primeiro mês do ano.
O custo com vestuário também caiu em janeiro (-0,15%), ajudando a frear a inflação. Em dezembro, esse grupo de despesas havia registrado inflação de 0,8%.
O item alimentos também impactou, de maneira menos relevante, a queda do IPCA em janeiro. Segundo Eulina Nunes dos Santos, a inflação dos alimentos em janeiro (0,84%) ainda pesa no bolso do consumidor. A taxa, no entanto, é menor do que a observada em dezembro (0,89%).
Por outro lado, as despesas pessoais tiveram inflação de 1,72% em janeiro, ante variação de 1% em dezembro, o que evitou uma queda maior da inflação. Entre os itens que registraram aumento de preços em janeiro estão cigarros (7,79%) e empregados domésticos (1,03%).