BC continua a venda de dólares no mercado futuro até o fim do ano
O Banco Central (BC) continuará a vender dólares no mercado futuro até o fim do ano, para segurar a cotação. Em comunicado assinado pelo diretor de Política Monetária, Aldo Mendes, o órgão informou que os leilões de swap cambial e de venda de dólares com compromisso de recompra seguirão até pelo menos 31 de dezembro.
No último dia 6, a autoridade monetária confirmou que permaneceria intervindo no câmbio depois do fim de junho. O BC, no entanto, não tinha informado até quando continuaria com o programa nem detalhado o modelo dos leilões.
De acordo com o comunicado, o sistema de leilões não foi alterado. O BC venderá US$ 200 milhões por dia, no mercado futuro, por meio de contratos de swap. Além disso, em momentos de instabilidade, o BC fará leilões de linha, em que parte das reservas internacionais são vendidas com compromisso de recompra pela autoridade monetária. Nessa modalidade, os dólares saem apenas temporariamente das reservas, atualmente em torno de US$ 380 bilhões.
Segundo o texto, o BC poderá ainda promover operações adicionais de venda de dólares “sempre que necessário”. O órgão não informou, porém, que medidas seriam essas.
Depois que os Estados Unidos anunciaram que cogitavam a redução das injeções de dólares no mercado global, por causa da recuperação da economia norte-americana, em maio do ano passado, o dólar disparou. A volatilidade cambial levou o BC a vender dólares no mercado futuro, por meio de leilões de swap cambial, mas uma política de intervenções diárias ainda não havia sido formalizada.
O programa de intervenções cambiais começou em agosto, quando a autoridade monetária anunciou que leiloaria até US$ 500 milhões por dia, jogando US$ 60 bilhões no mercado de câmbio até dezembro do ano passado. Em janeiro deste ano, o valor das operações de swap foi diminuído para US$ 200 milhões diários, mas o programa acabaria no fim de junho.
Até o fim do ano passado, o Federal Reserve – Banco Central norte-americano – injetava US$ 85 bilhões no mercado, por mês, com a compra de títulos do Tesouro dos Estados Unidos para ajudar a maior economia do planeta a sair da crise iniciada em 2008. O valor dos estímulos foi reduzido para US$ 75 bilhões em janeiro, US$ 65 bilhões em fevereiro, US$ 55 bilhões em abril e US$ 45 bilhões mensais em maio.