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Economia

Trabalhadores defendem manutenção de obras da Petrobras e de empregos

Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 04/03/2015 - 14:02
 - Atualizado em 04/03/2015 - 21:31
Rio de Janeiro

Trabalhadores da indústria naval do Rio de Janeiro fazem hoje (4) um protesto em frente à sede da Petrobras, no centro da cidade. Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói, Edson Rocha, o objetivo é protestar contra a paralisação de obras em virtude da Operação Lava Jato, cujo inquérito apura casos de corrupção envolvendo empreiteiras e a Petrobras.

“Na indústria naval, só em dois meses, em Niterói, já perdemos mais de mil postos de trabalho. Nós estamos preocupados porque as empresas [contratadas pela Petrobras para fazer as obras] estão dizendo que isso não vai parar. Enquanto as licitações e as obras da Petrobras não voltarem, eles continuarão demitindo”, disse.

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, Alex Santos, o número de demitidos no setor nos últimos meses pode chegar a 10 mil em todo o Brasil. Segundo ele, ontem (3), 1,5 mil funcionários da Empresa Brasileira de Engenharia (EBE), que fica em Itaguaí, no Grande Rio, foram demitidos depois que um projeto de construção de um módulo de plataforma foi concluído, e a empreiteira de Cingapura Modec desistiu de construir um novo módulo.

Para os sindicalistas, a Operação Lava Jato precisa punir os culpados pelos casos de corrupção, mas não pode servir de motivo para interromper as obras da Petrobras e causar demissões. Os trabalhadores esperam se reunir ainda hoje com representantes da Petrobras e entregar uma carta para pedir que os projetos e as obras sejam mantidos no país.

A Petrobras reitera que está em dia com as suas obrigações contratuais e que os pagamentos de seus compromissos reconhecidos com todas as suas contratadas foram feitos de acordo com a legislação vigente e com os prazos estabelecidos contratualmente. A companhia esclarece que não é parte nas relações trabalhistas entre as empresas contratadas e seus funcionários e que a responsabilidade pelo pagamento das obrigações trabalhistas é dos respectivos empregadores, conforme legislação vigente.

A Petrobras acompanha a desmobilização de mão de obra em suas obras e realiza as ações contratuais possíveis para garantir que os consórcios e empresas honrem seus compromissos e assegurem que os funcionários recebam o pagamento das rescisões contratuais e demais obrigações sociais e trabalhistas.

* matéria atualizada às 21h30 para acréscimo de informações