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Economia

Ajuste fiscal "é ponte" para nova estratégia de desenvolvimento, diz ministro

Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 02/07/2015 - 16:44
Brasília
O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Mangabeira Unger fala na Comissão Geral da Câmara (Antonio Cruz/Agência Brasil)
© Antonio Cruz/Agencia Brasil

O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, disse hoje (2) que o ajuste fiscal promovido pelo governo “é uma ponte” para a nova estratégia de desenvolvimento do país. Ele participou da reunião da Comissão Geral da Câmara que está promovendo uma série de encontros com ministros para debater as políticas governamentais.

O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Mangabeira Unger fala na Comissão Geral da Câmara (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Mangabeira Unge: políticas fiscais terão que forçar

a  baixa  dos  juros  Antonio  Cruz/Agência  Brasil

Mangabeira defendeu a necessidade do ajuste fiscal para o resgate da confiança financeira dos investidores e, por consequência, a retomada do crescimento da economia. Além disso, destacou que  as medidas promovidas pelo governo não devem ser vistas “como um simples ajuste de contas”, mas a transição para uma nova estratégia de desenvolvimento.

“Construir uma estratégia de desenvolvimento nacional não é apenas formular um plano de governo, mas trabalhar por um projeto de Estado capaz de sobreviver a um governo que esteja momentaneamente no poder”, ressaltou o ministro. Mangabeira Unger defendeu a criação de uma estratégia “rebelde” de desenvolvimento com ênfase nas políticas de fortalecimento de capacitação e na ampliação das oportunidades.

Ele defendeu “o sacríficio social” exigido pelas medidas de austeridade fiscal. A seu ver, a política econômica atual é uma condição para que o governo crie oportunidades de desenvolvimento, especialmente na educação e na produção.

O ministro ressaltou que as políticas fiscais terão que forçar a baixa da taxa de juros, uma vez que o momento econômico é de queda da oferta e da demanda. “O juro elevado não deve ser o principal instrumento de combate à inflação. Para isso, o instrumento deve ser a expansão da oferta”, afirmou Mangabeira Unger, que defende a manutenção do câmbio flutuante, importação de altas tecnologias e exportação de produtos com maior valor agregado.

Segundo Mangabeira, parte dos problemas produtivos do país é explicada pelas mudanças recentes no cenário econômico mundial. Para ele, nos últimos anos, o desenvolvimento brasileiro teve um momento de estímulo do consumo e o aumento da renda popular. “A segunda fase foi a produção e exportação de commodities, produtos primários pouco transformados, aproveitando a riqueza da natureza brasileira, a agricultura e a mineração”, destacou.

Essas políticas fizeram com que a maioria dos brasileiros passasse a depender “da abundância de dinheiro no mundo” decorrente do crescimento da China e da alta dos preços de produtos primários. A partir do momento em que o cenário da economia mundial mudou, o setor produtivo brasileiro passou a enfrentar problemas, explicou.