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Economia

Cardozo diz que prestar esclarecimento ao Parlamento é dever de ministros

Michelle Canes - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 10/07/2015 - 16:04
Brasília
Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, apresenta o novo passaporte comum eletrônico brasileiro.O documento passou a ser emitido desde a última segunda -feira (6) pela Polícia Federal (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
© Marcelo Camargo/Agência Brasil
Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, apresenta o novo passaporte comum eletrônico brasileiro, que passou a ser emitido na última segunda-feira (6) pela Polícia Federal (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Ministro diz que não ficou surpreso nem vê problema em ir de novo ao Parlamento  Marcelo Camargo/ABr

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo disse hoje (10) que é dever, tanto de ministros quanto de agentes públicos, prestar ao Parlamento esclarecimentos sobre assuntos de interesse público.

A declaração foi feita após o ministro ter sido convocado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Ele falou com jornalistas durante entrevista, no Ministério da Justiça, no lançamento do novo passaporte brasileiro.

“Já fui muitas vezes ao Parlamento e não vejo nenhum problema em comparecer. Tem gente que acha que isso é um problema. Pelo contrário, acho que é correto, que é devido”, afirmou.

Ele acrescentou que não se sente surpreso com a convocação. “Não vejo nenhum problema e não me considero surpreso. Acho absolutamente normal.”

Ontem (9), deputados da CPI da Petrobras aprovaram, em bloco, 73 requerimentos de convocação de autoridades e outras pessoas envolvidas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.  

Também foi aprovada a convocação do empresário Júlio Camargo; da advogada Beatriz Catta Preta, que defende a maioria dos delatores investigados; do empresário Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano; e do policial Jaime de Oliveira, acusado de transportar dinheiro de propina a serviço do doleiro Alberto Youssef.

Antes de a sessão começar, já havia acordo para aprovação da convocação de Cardozo, Camargo e Baiano. O ministro da Justiça deverá ser questionado sobre o grampo ilegal encontrado na cela de Youssef.

Ao ser questionado se a sua convocação seria uma forma de poupar os ministros que trabalham no Palácio do Planalto, Cardozo disse que vê no ato de ir ao Parlamento um dever. “A mim não cabe entrar neste mérito. Francamente, acho que é dever do ministro ir ao Parlamento. Não vejo por que a minha ida mudaria algum roteiro de investigação da CPI”, acrescentou.

O ministro negou também que se sinta abandonado pelo PT. Sobre a atuação da PF em investigações, afirmou que seu papel como ministro da pasta responsável pela corporação está sendo cumprido. “Eu cumpro o meu papel de ministro da Justiça, que garante por convicção e por respeito à Constituição, autonomia de investigação da PF”. Ele disse que vem recebendo apoio do partido. “Recebi da bancada de deputados do PT um manifesto de apoio, inclusive à minha conduta.”

Cardozo enfatizou que age com rigor com relação a questões disciplinares e que, inclusive, já determinou diversas demissões. “Foram muitas as demissões que pratiquei na Polícia Federal e na Polícia Rodoviária Federal diante de desmandos comprovados e mediante situações apuradas pela corregedoria. Talvez eu tenha sido o ministro que mais demitiu por infrações disciplinares nos últimos tempos.”