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Economia

Setor automotivo deve buscar retomada de exportações, diz Armando Monteiro

Mariana Branco - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 29/07/2015 - 21:20
Brasília

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, disse hoje (29) que o setor automotivo deve buscar a retomada das exportações. Segundo ele, o governo tem foco prioritário no setor. O ministro deu as declarações após reunião do Conselho Consultivo do Setor Privado na Câmara de Comércio Exterior (Camex). Ele e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, falaram com empresários sobre o Plano Nacional de Exportações.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, em audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Monteiro:  setor  automotivo  tem  condições  de se fortalecer com exportações ArquivoAgência Brasil

“É do maior interesse aumentar as exportações do setor. O mercado doméstico caiu muito, e o Brasil já exportou muito mais no passado”, declarou Armando Monteiro. Segundo ele, o setor automotivo foi um dos interesses na viagem que fez ao Peru e à Colômbia, na semana passada, durante a qual ele se reuniu com representantes dos governos dos dois países. Monteiro disse que o Brasil já teve presença expressiva no mercado colombiano. "Nós queremos retomar, e é possível retomar”, o patamar anterior de negócios, salientou.

Segundo o ministro, a ampliação do acesso do setor ao mercado externo pode ocorrer com a negociação de cotas de exportação e regras para definição de origem de autopeças. O ministro da Fazenda acrescentou que tem havido aumento das exportações brasileiras e que há indicação de que alguns setores, como o automotivo, estão voltando a exportar. “Este é um trabalho que a gente tem que continuar." Segundo Levy, esta deve ser a direção da economia no ajuste. Monteiro confirmou o crescimento quantitativo das exportações.

“Quando se fala do quantum, volume físico, [isso quer dizer que] estamos exportando mais que no ano passado. Se nós tivéssemos os preços de 2014, teríamos US$ 18 bilhões a mais de exportação”, disse o ministro, referindo-se à queda de preço de commodities (produtos básicos com cotação internacional) como minério de ferro, complexo soja e petróleo. Monteiro ressaltou ainda que o comércio internacional está crescendo em ritmo menor. “Crescia a taxas de dois dígitos, hoje cresce a menos de 3%.”

O ministro disse também que o momento atual do câmbio, com dólar valorizado, é uma “janela de oportunidades” para que o Brasil volte a ser a principal plataforma de exportação de algumas empresas. Para ele, a desvalorização do câmbio brasileiro “veio para ficar”. Segundo Monteiro, isso garantirá um ambiente “amigável” para as exportações. “Nossa moeda esteve fortemente valorizada nos últimos 12 anos. Há um espaço se configurando para a desvalorização." Ele disse que isso não ocorre apenas com o real, ressaltando que o fenômeno de valorização do dólar tem impactado outras moedas.

O ministro do Desenvolvimento lembrou que a agenda do Plano Nacional de Exportações está sendo seguida e esforços têm sido feitos para ampliar o acesso brasileiro a diversos mercados. Ele destacou a visita da presidenta Dilma Rousseff aos Estados Unidos, a renovação do acordo automotivo com o México e a viagem dele, na semana passada, ao Peru e à Colômbia, com o compromisso de acelerar o cronograma de redução de tarifas. Monteiro citou ainda acordos de facilitação de investimentos com Angola, Moçambique e Malawi e a perspectiva de acordos similares com África do Sul e Tunísia.

De acordo com Monteiro, existe também empenho na troca de ofertas para um acordo comercial entre Mercosul e União Europeia ainda neste ano. Os dois blocos discutem o possível acordo há cerca de 15 anos. Trata-se de um processo muito complexo, que está praticamente concluído, acrescentou o ministro. "O que falta é harmonizar posições dentro do bloco. É uma oferta que se faz conjuntamente.”